quando você some a dor volta,
a inspiração falta, a música pausa,
o silêncio é permanente, o meu corpo treme,
o cansaço vence.
quando você some é preto e branco,
rola solto o pranto, o pouco é tanto
saudade me invade, me falta uma parte,
o cedo fica tarde.
quando você some eu não sei o que fazer,
eu procuro você, não acho, volto a sofrer, corro, fico no escuro,
tenho medo, me assusto, cadê minha luz, brilhando em outro lugar? por favor, você pode voltar a me iluminar?
é que eu sou artista, eu preciso enxergar,
e quando você sumir, e a música pausar, e a inspiração faltar
a luz vai apagar.
“Ah baby, te olhar era algo que eu poderia usar duzentos e setenta e quatro palavras e mesmo assim eu não iria conseguir descrever. Era algo que parava meu coração, mas só fazia eu me sentir mais viva, era como tocar o céu sem sair do chão.”
— Ana Lua, Uma bêbada consciente.
Saga Crepúsculo - Lua Nova ( New Moon)
“Romântico é uma espécie em extinção.”
— Vander Lee.
eu caí andando de bicicleta algumas vezes, e por isso não quis mais andar, não foi a primeira queda, e eu sei que não vai ser a última, mas meu último tombo foi feio, eu não quis mais... eu não consegui mais. eu preferi ir caminhando, eu preferi nem ir, aqui em casa é mais seguro, o caminho não é tão perto pra ir a pé, e eu não quero cair de novo, eu não quero me machucar outra vez, sabe? eu tô mancando até hoje. e tava bom assim, eu me acostumei a pegar uber, andar de ônibus, a pé, eu ia de qualquer jeito (não muito longe), mas nada é igual a bicicleta, a sensação de pedalar, de fazer um esforço pra chegar aonde tanto quero, de sentir o vento no caminho, de ver tudo mais de perto e mais colorido... eu sinto falta de andar de bicicleta. MAS NÃO, EU NÃO CONSIGO. toda vez que penso em subir, o medo me apavora, eu saio correndo, e ela fica ali pegando poeira, ela deve sentir minha falta também, eu andava de bicicleta como ninguém, e eu já fui tão longe com ela antes de cair (tinha as melhores paisagens). já faz um tempo que tento me aproximar dela, dei uma limpada, ela fica ali me encarando, com um cara de quem diz "eai, não vai subir?" eu vou, calma aí! mas será que eu tenho força pra pedalar? eu ainda tô mancando :/, e ela me diz que eu consigo se eu tiver cuidando dos ferimentos da última queda, e eu tô (diga-se de passagem, tem alguém me ajudando com eles). mas, eu ainda sei me equilibrar? e ela me diz pra eu começar de vagar, como se fosse a primeira vez, eu não preciso ter pressa, pode ser que coloque as rodinhas de volta, e ta tudo bem, vamos aos poucos (pode ser que alguém me segure por um tempo).
eu não sei quando vou conseguir pedalar tão confiante de novo, nem me equilibrar tão bem, mas agora eu tô quebrando as pequenas barreiras, meu machucada não dói mais como antes, acho que já tô andando bem. fiz as pazes com a bicicleta, ela parece me entender, e respeitar meu tempo, ela sabe que daqui a pouco eu vou pedalar... é que alguém me chamou pra um passeio, eu disse que iríamos, só que ela também caiu de bicicleta :/ mas ela disse que tudo bem, a gente vai assim mesmo, empurrando as bicicletas por enquanto, conversando sobre as quedas, e cuidando dos machucados, e quando estivermos prontas, a gente vai pedalar até aonde a nossa estrada nos levar.
me deu saudade de você, de nós
das implicâncias infantis, de bagunçar os meus lençóis
saudade da gente, de quando o amor era pra sempre
mas nada é pra sempre, a gente aprende da pior forma
eu te perdi de vista, sem lugar, sem dia e sem hora
eu te esperei por anos, eu me perdi tentando te encontrar
quando na verdade, você andou muito, só eu não saí do lugar
mercúrio retrógrado, deu saudade de você, de nós
da juventude precoce, e um amor feroz
da descoberta instantânea, quando eu corava e você ria
a gente foi feliz um tempo, a gente só não sabia
a gente já se reencontrou, ja nos amamos outras vezes
em outras vidas, em outros lugares, outros anos, outros meses
você não quer dar certo.
e mesmo assim não sei ficar longe,
e oro pra lua toda noite, me mostrar onde é que você se esconde