NGC 6357, Stardust Cathedral

você merece alguém que te dedique um poema; alguém que lhe deseje um bom dia quando tu ainda nem saiu da cama; alguém que te abrace apertado e não lhe faça perguntas quando estiver chateada com tudo e todos. apenas te abrace; alguém que faça marcações colocando a sua pessoa em imagens de gatinhos para que você se alegre mais; alguém que ame o quão linda ficas ao natural e que lhe ache encantadora com meio quilo de maquiagem no rosto; alguém que apresente você aos pais, amigos, colegas de trabalho, ao porteiro, a vizinha antiga e a atual, o padeiro e afins; alguém que lhe te convide para a cama, mas que também te convide para um café às 10h30 da manhã; alguém que tire todas suas dúvidas sobre o mundo, mas ao mesmo tempo lhe instigue a ficar mais e mais curiosa e questionadora; alguém que te mostre uma banda e te puxe para dançar quando uma específica música tocar; alguém que te dê mais motivos para se dedicar à arte; alguém que te traga mais sorrisos ao longo do dia; alguém que seja bom; mas, principalmente, alguém que ame você.

o pior desse meu costume de escrever o que sinto é que nem sempre me sinto de forma que da pra explicar, momentos demoram a ser processados

cansada, confusa, decepcionada, triste...

eu não quero ser estagnação, mas tô presa aqui

num restaurante, com meus medos me olhando de cima a baixo

esperando não sei o que, não sei quando, mas no aguardo

tudo grita solidão, eu finjo ser liberdade, mas liberta de que?

eu mesma me saboto, nesse restaurante tudo é caro, eu nem posso pagar pelo que consumo, pago com a dor

eu não sei porquê não consigo sair daqui, não me faz bem

eu revivo cada momento, cada sentimento

de vez em quando alguém vem me visitar, geralmente eu gosto, menos quando vai embora, eu pago dobrado

a gente pediu um prato pra dois, mas só eu comi, eu sempre pago o dobro

ainda assim, "é liberdade!" eu grito, "eu escolhi o restaurante por livre e espontânea vontade, a hora que eu quiser eu vou embora"

mentira, eu escolhi ir lá, mas não consigo sair, é solidão mesmo

eu e meus medos, sentados aqui nessa mesa, no mesmo lugar, esperando não sei o que, não sei quando

revivendo tudo, com medo de ir embora e a visita aparecer e não ter mais o prato pra dois, pra de novo só eu comer

[...]

Não só mais uma história de romance, mas aquela história que todo mundo lembra, pode ter final feliz ou nem ter final, pode ser resolução ou um problema. Pode ser tudo, eu me permitiria tentar de tudo com você e eu nem sei porquê, vê se pode?! É que quando você dança, alguma coisa mais balança, e eu grito em silêncio "socorro, eu vou cair" e cada vez mais perto do precipício, eu vou cair em amores, para com isso, você me balançou. E agora eu tô só pendurada, por um fraco e cansado cordão, balançando de um lado pro outro, entre o real e a ilusão. Me acorda, por favor, me diz que a chance já chegou, que minha loucura desfez suas amarras, e que você quer tentar o novo. Faz ser real minha doce ilusão, me deixa mergulhar na arte da tua imensidão, me deixa escutar tua voz numa canção, faça alegre de novo meu coração, me deixe afundar na loucura da paixão.

eu tenho negado, mudado de assunto, dito pra mim mesma o quão cedo ainda é, meus amigos já me perguntaram e eu não soube responder, preferi desconversar... eu não sei se eu sei, não sei se eu quero saber, a verdade é que eu tô com medo disso tudo, e não consigo evitar o pensamento no futuro. eu gosto do agora, mas me preocupo muito com o depois.

sejamos sinceros, o que eles não sabem é que eu acordo pensando em você, e fico ansiosa pelo bom dia, e então passo o dia tentando me distrair, mas alguma coisa lembra você também, eu vou dormir pensando em você, e quando pego no sono, você também tá lá. é assustador, eu não sei se você sente metade disso, e de fato, ainda é tão cedo... eu queria não me preocupar tanto, e não ser tão ansiosa

não sei ficar longe