Nico: I Just Ended A Four Year Relationship.

nico: i just ended a four year relationship.

annabeth: im so sorry...

nico: it's okay, it wasn't my relationship.

More Posts from Auroraescritora and Others

6 months ago
The Best Subplot In Order Of The Phoenix Tbh…
The Best Subplot In Order Of The Phoenix Tbh…
The Best Subplot In Order Of The Phoenix Tbh…
The Best Subplot In Order Of The Phoenix Tbh…

The best subplot in Order of the Phoenix tbh…

1 year ago

NÃO HÁ LUGAR COMO O LAR - PERCY/NICO AU COLEGIAL - CAPÍTULO XVI

Oii, como vai? Estamos tendo alguns dias de produtividade, não? O capítulo ia sair antes, por causa do feriado me permiti descansar. Eu definitivamente desisto de ter um cronograma de postagem, mas vou tentar atualizar toda semana. Então, é só passar aqui uma vez por semana, na sexta, porque se eu postar algo vai estar pronto na sexta até as 12h. E tipo, considerem os textos por aqui como rascunhos iniciais, ok? Ainda estou na minha fase criativa e eu amo colocor sub-plots e outras coisas no meio do enredo principal. Se eu seguisse meu planejamento original eu já teria terminado a história. Então, vamos relaxar e nos divertir. Obrigada pela presença!

Avisos: Aspectos mentais (Aqui teremos algumas conversas sobre esses assuntos)

Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII / CAPÍTULO IX / CAPÍTULO X / CAPÍTULO XI / CAPÍTULO XII / CAPÍTULO XIII / CAPÍTULO XIV / CAPÍTULO XV

Nico colocou a caneta na última página em que havia escrito e repousou o diário ao lado de seu travesseiro, se espreguiçando. Ele tinha escrito mais do que pretendia. Bem, Percy teria uma pequena surpresa quando lesse. Mas no fim, Percy estava certo, escrever tinha tirado a pressão em seus ombros que Nico nem sabia estar lá. Foi um momento mágico, ao colocar seus pensamentos no papel, sua mente ficou leve e vazia, como se contasse o que o incomodava para alguém que não o julgaria e não tentaria dar ‘conselhos’ que ele não havia pedido.

Cansado de esperar, Nico deitou na cama e colocou a cabeça no travesseiro. O que Percy fazia para demorar tanto? Quando menos viu, tinha fechado os olhos, os abrindo novamente para sentir algo macio deslizar por seu corpo. Era uma toalha úmida e morna que Percy segurava. Nico piscou lentamente e então a figura de Percy se fez presente, cabelos molhados e peito desnudo, vestindo apenas uma tolha enquanto limpava seu corpo com delicadeza.

— Quer tomar um banho? — Percy murmurou, se aproximando mais dele, o fazendo se sentar contra o batente da cama. — Enchi a banheira pra você.

— Pode ser. — Ele deu de ombros, parecia uma boa ideia. Nico raramente via motivos para usar a banheira.

Assim, Percy o segurou pela mão e o guiou para o banheiro, perguntando: 

— Como você se sente?

Ele não sabia. Um leve ardor que pulsava dentro dele, talvez? Um cansaço muscular e mental? Um relaxamento que nunca havia sentindo antes? Era tudo isso junto e mais. No geral? Nico se sentia bem, ou tão bem o quanto seria possível, parecido com quando ele ainda não tinha fugido para a Itália, talvez até melhor, agora que ele não precisava esconder o que sentia.

— Estou bem. — Nico deu de ombro novamente.

— Você se lembra das nossas regras?

Infelizmente, Nico lembrava. Percy devia estar se referindo a sempre ser sincero.

— Eu não sei. — Nico disse, tentando ser o mais sincero que podia. — É tudo muito novo para eu ter uma opinião formada.

— Nico. 

Ele parou e encarou Percy que agora tinha os braços cruzados.

— Você tem que parar com isso. Não me diga o que eu quero ouvir.

— O que você quer que eu fale?

— O que você está sentindo. Algo doí? Você precisa de alguma coisa?

— Por que você está sempre me questionando?

— Porque você sempre está tentando me agradar.

— Qual o problema nisso?

Ele olhou para Percy e Percy olhou para ele parecendo que iria explodir. Mas nada disso aconteceu. Percy respirou fundo, fechou os olhos por um momento e quando voltou a abri-los, uma aura de calmaria se fez presente. Era um daqueles momentos onde Nico sabia que não iria ganhar, não importava o que ele fizesse. Então, deixou que Percy o guiasse até a banheira e o ensaboasse devagar e sem pressa.

— Você não vê o problema nisso? Mesmo? — Percy perguntou distraído, suas mãos deslizando para baixo, entre as pernas de Nico.

— As coisas sempre foram assim.

— É por isso que eu não fui atrás de você.

— Acho que não entendo.

— Descobri que eu… não consigo me controlar perto de você. Eu fiz você agir desse jeito. Te coloquei nessa caixinha perfeita e inquebrável. Ninguém devia viver assim, conforme os desejos de outra pessoa.

— Não é verdade, eu sempre fui assim.

— Será que é mesmo? Precisou que você fosse para longe e de cinco anos para dizer todas essas coisas para mim. Se você não se sentia confortável em me dizer o que você sentia antes, o que isso quer dizer?

Nico voltou a encarar Percy que tinha um olhar distante e percebeu que isso incomodava Percy mais do que ele pensava.

— Eu não gosto de brigar. Prefiro que as coisas fiquem assim.

— Assim, como?

— Sem conflito e sem drama. Não quero ter que pensar em cada passo do caminho. Eu só quero ficar com você e… te satisfazer. Não é o suficiente?

— Eu não posso fazer isso. — Então, Percy segurou em seu rosto e deslizou os dedos para sua nuca, a massageando devagar e o fazendo relaxar ainda mais. — Como posso ter certeza que não estou te machucando ou te impedindo de fazer outras coisas?

— Essa é a questão, não é? Você se sente culpado de quer as mesmas coisas que eu.

— Nico, não me torture.

— Eu não estou. —  Quer dizer, ele achava que não estava. — Quando eu não quiser mais… essa coisa que a gente tem, você vai saber. 

— Como?

— Eu vou querer fugir. Não como aconteceu hoje. Com vontade, como se minha vida dependesse disso.

— Nico!

— Sabe, quando as pessoas tentam se aproximar de mim eu costumo me sentir sufocado. Mas quando é com você eu só me sinto livre e seguro, mesmo que eu sinta medo.

Nico achava que estava enlouquecendo, parecendo um lunático a beira do precipício. Mas era a pura verdade, o que ele buscou em todas aquelas faces, não foi a beleza ou os olhos verdes profundos, não, sempre foi aquele sentimento de segurança e estabilidade, o conforto que os braços de Percy sempre lhe deram. Pois essas coisas eram difíceis de emular; se somente ele pudesse ter encontrado isso em outro lugar, Nico não se sentiria tão controlado e condicionado a fazer aquelas coisas que Percy tanto criticava, mesmo que Percy nunca tivesse pedido por elas. No fim, ele entendia o que Percy estava tentando implicar; as coisas só ficariam piores dali para a frente e eles provavelmente continuariam nesse jogo de gato e rato por um longo tempo até que ele se rendesse. O que Nico podia fazer se Percy era o único que o fazia se sentir assim, tão livre e preso ao mesmo tempo?

— Nico. — Agora a voz de Percy soou toda rouca e firme.

Opps. Ele olhou para baixo e viu que sua mão estava no colo de Percy, em cima da tolha, mas em um lugarzinho bem estratégico.

— Por que você não pode me dizer o que te incomoda?

Ele negou, não estava pronto para dizer o que realmente pensava para Percy. Embora ele soubesse, Percy sentia algo similar ou pior. Nico viu o quanto Percy tentou superá-lo com outras pessoas, antes e depois dele ir para a Itália. Então, no fundo, discutir era inútil. Eles precisavam de um consenso.

— Isso não vai levar a nada. Eu sugiro uma trégua. — Nico disse ao invés de se explicar.

— Trégua? Isso não é uma guerra.

— Então, por que tudo o que a gente faz é brigar e transar? Eu prefiro muito mais só transar.

Isso tirou um sorrisinho no canto dos lábios de Percy.

— O que você sugere?

— Eu vou… confiar em você e fazer tudo o que você me pedir se você parar de me questionar.

Agora, Percy só parecia triste.

— Não quero que você se sinta mal e acuado. Eu só me preocupo. Eu quero que você seja a sua melhor versão possível.

— E se eu só quiser ser o Nico que quer ficar com o Percy e não ter que discutir?

— Tudo bem. A gente pode fazer do seu jeito. Você tem que me prometer que se não estiver funcionando, você vai me contar.

— Eu prometo.

Tudo o que Nico podia fazer era esperar pelo melhor e tentar manter sua parte do acordo.

***

Quando eles acordaram de novo, o sol estava alto no céu, a manhã já dando lugar para a tarde numa temperatura mais amena. Eles ainda estavam na cama, sua cabeça no ombro de Percy e os braços de Percy em volta de sua cintura. Finalmente o silêncio durava mais do que cinco minutos. Eles não precisavam fazer nada ou estar em nenhum outro lugar que não fosse ali, onde eles tinham decido estar.

— Com fome? — Nico escutou Percy dizer bem baixinho, com a voz rouca de sono.

— Não.

— Nenhum pouquinho? Daqui a pouco Sally vai vir aqui, para ver se a gente ainda está vivo.

Isso seria engraçado. Nico até podia imaginar, Sally abrindo a porta e os pegando na cama assim, pelados e abraçados. Seria ótimo mesmo. 

Com esse pensamento o assombrando, Nico se desgrudou de Percy e se sentou na cama, se sentindo levemente zonzo, porém contente, se espreguiçando até cair para trás, fechando os olhos. Talvez ele precisasse comer alguma coisa. Quando tinha sido a última vez? Ele se quer tinha comido algo na festa ou tinha apenas bebido?

— Cansado?

Nico suspirou e se deu por vencido, sabendo que sua paz estava prestes a acabar. Ele ficou de lado na cama e encarou Percy que não parecia nenhum pouco contente.

— Não muito.

— Sabe, acho que a gente devia criar um sistema.

— Eu acho que--

— Cada vez que você mentir para mim você será castigado.

— Você disse que não iria duvidar de mim!

— Não é uma dúvida quando eu sei a verdade, quando eu te vejo mentindo para mim.

— O que você quer que eu faça!

— Diga a verdade ou não diga nada.

— Oh.

— Você vai passar o resto da vida calado para me agradar?

Essa era uma boa pergunta. Era difícil voltar para a escuridão quando se via tanta luz.

— Isso não tem graça. — Ele murmurou, sentindo algo dentro do peito se alastrar.

— Não tem mesmo. Imagina o que eu sinto vendo vejo você se rebaixar, sendo menos do que você poderia ser.

— Eu não faço isso sempre.

— Não?

— Só com você.

Então, Nico observou Percy estender o braço e tocar em seu rosto numa leve carícia.

— Eu odeio o que eu fiz com você, o que seu pai fez. 

— Você não fez nada. — Já seu pai, era outra conversa.

— Eu te moldei nessa pessoa perfeita que tem medo de ofender qualquer um. 

— Isso não é verdade! Eu… 

— Quero que você grite se você quiser. Quero que você me bata, que me xingue se tiver vontade. Que se revolte. Que exija. Eu nunca mais quero te ver tão magoado.

Talvez Percy tenha razão. Mas ele tinha mesmo que fazer essas coisas? Não era algo que ele se via fazendo.

— Não me entenda mal. Você não precisa. Mas se você quiser ou um dia fizer essas coisas, está tudo bem e é completamente normal.

— Normal? Como fazer essas coisas pode ser normal?

— Deuses. — Percy o abraçou com mais força e encostou a cabeça em seu ombro. — Você não tem que ser perfeito. Você entende isso?

Mas se ele não for perfeito, ninguém vai gostar dele. Como Nico não poderia ser o que ele já era?

— Está tudo bem. — Percy disse, mas Nico tinha a impressão que Percy falava isso para si mesmo.

No fim, Nico preferiu ficar calado. O que ele tinha a dizer não faria diferença nenhuma, e talvez Percy tenha razão. Se ele não tinha nada de bom para dizer é melhor ficar calado.

***

— Deuses, o que Percy fez com você?! 

Assim que desceram as escadas, Sally os recebeu com um sorriso amoroso e abraços apertados. Isso é, foi o que aconteceu até Sally ver o hematoma no pescoço de Nico; hematoma esse que era, na verdade, um chupão bem colocado. 

— Mãe, você está exagerando.

Nico, coitadinho, olhou entre eles, tentando entender o que acontecia. E Percy como um bom samaritano, o ajudou a entender. Como quem não quer nada, Percy levou a mão até o pescoço de Nico e Nico gemeu. Agora se era de dor, surpresa ou prazer, era difícil distinguir. Fosse o que fosse, aquilo fez seu coração disparar e outra coisa acordar.

— Oh. — Nico então disse, levando a mão está ao próprio pescoço. — Eu não percebi. Está muito feio?

— Eu não diria feio.

Ele ouviu risadas atrás dele, mas preferiu se concentrar em Nico que fazia um biquinho fofo e pegava o celular do bolso, se olhando no reflexo da tela.

— Percy! O que você estava tentando fazer? Arrancar um pedaço?

— Você não foi o único. — Percy abriu os dois primeiros botões de sua camisa e mostrou seu conjunto de marcas, unhas pequenas e o formato de dentes que desciam até desaparecer dentro de sua camisa.

— Eu… eu não fiz isso! Fiz?

— E muito mais. 

Percy não se aguentou, ele riu e puxou Nico para um abraço, beijando seu rosto. Mas tudo parecia estar bem, porque assim que Percy o abraçou, Nico derreteu contra seu ombro, o abraçando de volta.

— Esta tudo bem. Você pode me morder o quanto quiser, eu gosto. — E pelo jeito que as coisas iam, Nico gostava também.

Percy ouviu um pigarro e se virou para ver Sally, nenhum pouco feliz com a demonstração de… afeto.

— Percy Jackson! Não é assim que se trata as pessoas.

— Foi algo mutuo. E se você quer saber, Nico que começou. Pode perguntar para Annabeth, ele foi a primeira a ver. Ta vendo aqui? Foi o primeiro. — E bem perto de sua nuca, onde o cabelo começava a crescer longo, estava uma marca que começava a sumir.

Nico escondeu o rosto em seu ombro e Sally cruzou os braços. E antes que outra onde de reclamações chegassem, Percy se apressou:

— Permissão para chupões? — Nico acenou que sim, muito encabulado para enfrente a sala cheia de testemunhas, o que não impediu os xingamentos e protestos.

— É o suficiente. — Sally levantou uma de suas mãos, as levando ao rosto, e se virou para Nico, o fazendo levantar o rosto. — Está tudo bem, querido? Como estava a festa? Melhor que nos velhos, tempos, não?

Imediatamente, Percy viu que tinha algo errado. De repente, Nico abriu a boca, prestes a falar alguma coisa e então, a fechou, se encolhendo contra seus braços. O pior foi ver Nico levantando a cabeça e olhando para ele, como se esperasse a permissão de Percy para alguma coisa, mantendo os lábios selados com força. Ele ouviu outro pigarro e percebeu que todos estavam esperando que Nico respondesse. Grover, Tyson e Sally, todos estranhando o comportamento de Nico.

Restou a Percy sorrir e guiar Nico para a sala de estar e sentar com ele no sofá.

— O que está acontecendo, hm?

Mas tudo o que Nico fez foi negar e olhar para o próprio colo, se recusando a encará-lo. 

— Por favor.

Isso fez Nico olhar entre os silhos para ele e respirar fundo: — Eu pensei sobre o que você disse ontem a noite. 

— Sobre não mentir?

— Sobre ficar calado.

Algo no peito de Percy se apertou naquele instante, e torcendo para que não fosse o que ele pensava, perguntou: — Por que você ficaria calado?

— Você disse que se fosse para eu mentir, eu devia ficar calado, E já eu não tenho nada de importante para dizer, vou fazer o que você pediu.

Percy achava que tinha parado de respirar. Ele não estava falando serio! Quem é que iria seguir uma ordem tão ridícula. Ele só queria fazer Nico responder de qualquer forma que não fosse aceitar tudo sem protestar, queria fazê-lo reagir e ver o que estava acontecendo. E ao contrário disso, Nico decide seguir a risca da pior forma possível?

— Bebê, por favor. Eu estava errado. Eu só queira que você reagisse.

— Reagisse, como?

— Como você quiser. — Percy então sorriu, tentando incentivar Nico. — Vamos, pode gritar comigo. Pode me xingar. Eu fiz algo muito ruim. Eu mereço uma punição.

— Punição? — Nico entortou a cabeça, feito um cachorrinho confuso e se aproximou. Ele o beijo nos lábios, num selinho doce e suave e tocou em seus cabelos, sorrindo angelicalmente. — Pronto. Sua punição.

Percy queria chorar. Por que tudo o que ele falava parecia sair ao inverso? Ou talvez fosse Nico fazendo o melhor que podia.

— Você está me punindo ou consolando?

— Se eu escolho a punição, você tem que aceitar.

Percy se deixou levar e abraçou Nico bem apertado, o ouvindo suspirar de prazer.

— Eu não te mereço. Eu só queria que você se sentisse livre para se expressar. Te fizeram ficar calado por tanto tempo que tenho medo que agora aconteça o mesmo.

— Eu sei. — Nico murmurou baixinho, parecendo contente.

— O que você tem a dizer é importante, sempre será. 

— Pensei que se eu ficasse calado não precisaria medir minhas palavras. 

— Não me faça chorar. 

— Você é um bobo. — Nico enfim diz, parecendo a única coisa sincera no meio daquilo tudo. — Eu tomei essa decisão. Eu tive toda a liberdade do mundo, mas no fim do dia, ainda sentia falta de você e de como as coisas eram. 

Por no fim, a vida se tratava de decisões e consequências. Ele continuou abraçado a Percy e entendeu, Percy estava tão perdido quando ele nessa confusão toda, entendeu que era um período de adaptação e logo tudo voltaria ao normal. Agora, o que esse normal era, ambos não faziam ideia, já que eles nunca tiveram uma amizade comum. 

— Eu sinto muito. — Nico diz mais uma vez. — Acho que é um período de adaptação. Vou tentar não levar a sério tudo o que você disser.

— Eu fico muito contente com isso. — A verdade é que Percy estava aliviado, dando graças a todos os deuses e divindades por encontrar alguém tão compreensivo, embora ele gostaria que Nico fosse mais combativo. 

Não o intendam mal, Nico era uma das pessoas mais independentes e responsáveis que ele já tinha conhecido, mas o que Nico tinha de independente, também tinha de dependência emocional. E às vezes essa dependência emocional era pesada demais para que ele pudesse carregar sozinho, embora ele estivesse disposto a carregá-la pelo resto da vida se isso garantisse a permanência de Nico em sua vida.

— Então, a gente tá bem? — Nico perguntou, levantando a cabeça e o espiando timidamente.

— É claro, bebê. Contanto que você esteja.

Nico pareceu imediatamente tranquilizado. E se era isso o que Nico queria, Percy faria seu melhor resolver as coisas. Obviamente pedir não tinha resolvido, tão pouco conversar ou pressionar. O jeito seria fazer as coisas do jeito tradicional. Não que ele soubesse estar fazendo algo no passado, mas se funcionou antes, vai funcionar agora.

Sorrindo, como se nada tivesse acontecido, ele guiou Nico de volta para a cozinha e se sentou ao lado de Nico em frente a mesa, descobrindo tarde demais que todos ouviram sua conversa com Nico. O que ele podia fazer? O bem-estar de Nico era mais importante do que os olhares de reprovação. Ele sabia que logo veria a repreensão, e se errar um pouco fosse necessário para consertar o que ele havia feito, que fosse! Percy nunca se arrependeria de colocar Nico em primeiro lugar.

— Panquecas ou ovos?

— Panquecas. — Nico respondeu para ele. Então, panquecas seriam. Não era uma novidade. As comidas favoritas de Nico eram doces, e as salgadas tinham um sentimento nostálgico, do tempo em que a mãe de Nico ainda estava viva. Então, ao lado das pequenas e da cobertura de chocolate, Percy colocou um croissant de queijo junto um copo de suco e uma xícara de café.

Era incrível mesmo. Até parecia que nada de ruim tinha acontecido a mesmo de dez minutos atrás. Nico deu o primeiro cole em sua xícara de café e sorriu como se fosse o dia mais feliz de sua vida, mergulhando em suas panquecas açucaradas. E assim, como num passe de mágica, o ambiente voltou a ser amigável, Nico conversando com Sally animadamente, enquanto ele, Grover e Tyson observavam, tremendo pelo próximo banquete que eles seriam obrigados a participar.

— Cara, obrigado por me deixar ficar. Minha mãe está de volta.

— Pode ficar o quanto quiser, o quarto é seu. Por que você não faz uma mala e fica até a formatura? Não falta muito.

— Se um ano inteiro não é muito… — Ambos, ele e Grover, deram de ombros e Grover socou seu ombro amigavelmente, fazendo os dois sorriem. Era uma boa ideia, especialmente quando ele e Nico fossem embora; sua mãe ficaria sozinha e Grover sempre seria uma ótima companhia.

— De verdade! O que você ainda faz naquela casa?

— É! Sempre vai ter espaço para você. — Tyson finalmente se dignou a participar da conversa, geralmente preferindo ficar longe do drama. — Você já trabalha pra gente, o que custa ser parte da família?

— Você chama sorrir para os clientes e levá-los para a mesa certa quando outros não podem, trabalhar?

— É claro que é. Você até usa um terno bonitinho e penteia o cabelo com gel. — Tyson continuou, todo feliz em zombar de Grover, de volta a rotina natural deles.

— Cala a boca! Aquilo nem é um uniforme. Juniper gosta disso… — As últimas palavras de Grover soaram bem baixas, parecendo estar encabulado.

E bem, quem era Percy para interromper um momento tão doce e feliz.

Ele se virou para sua comida e deu a primeira garfada em seus ovos, macios e com pouco sal, do jeito que ele mais gostava e deu um cole em seu café forte sem açúcar ou leite, percebendo que Nico já tinha terminado de comer e olhava para ele com um sorrisinho no rosto.

— O que foi, hm? Quer mais?

— Não. Eu gosto de te ver feliz e se divertindo com seus amigos. Você não costumava fazer isso.

— É verdade. Eu disse que tinha problemas, não disse?

— Acho que não levei isso a sério. Você sempre parece tão decidido e confiante.

— Isso não quer dizer que eu estivesse certo.

— Hm. — Nico murmurou, pensativo. — Nunca pensei por esse ângulo. Acho que todos tem algo a esconder. Algumas pessoas só esconder melhor.

— É isso mesmo. Quanto mais coisas as esconder, melhores atores somos, não? — Percy não pode se conter, Nico estava sendo tão sincero que ele merecia uma recompensa. Ele puxou Nico pela nuca e o beijou ali mesmo na frente de todos, um beijo daqueles destinados para quatro paredes.

— O que foi isso? — Nico disse assim que recuperou o folego.

— Uma recompensa para um bebê obediente.

Corando dos pés a cabeça, Nico apenas olhou para ele, fazendo um biquinho lindo, mas sem reclamar. O que ele podia fazer? Se era desse jeito que Nico entendia, então era como seria dali para frente.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

E então? Eu tenho a impressão que o Nico está se tornando tão dramatico... ou será a visão do Percy sobre ele? Bem que eu também acho que o Nico pensa que o Percy é um pouco dramatico também 🤣🤣🤣🤣 Qual sua opnião? Sua comentario me ajuda a entender os pontos fracos da história para que eu possa rescrever da melhor forma no futuro.

Obrigada por ler!


Tags
1 year ago

Hi! Thanks for tagging me!

Last Song I Listened to: Don't Waste Your Time by Kelly Clarkson

My Current Favorite Song: Bohemian Rhapsody by The Queen, I don't really have one, but I love this one

Song of my choice: Casa Assombrada by Fresno, my favorite Brazilian band!

@language-of-blueberries @ch3353cake-29 @g0thnico

MUSIC LOVERS ASSEMBLE!!

i feel like starting a tag chain so i hope this works out :)

reblog this with 3 songs:

the song your listening to right now (or last one you listened to)

your current favourite song

a song of your choice

______________________________________________________________

mine:

its now or never - elvis presley/love in the dark - adele

trastevere - måneskin

nevermore - queen

______________________________________________________________

tagggzzzz: (np ofc) @heartstopper-lover123 @s0lit4ir3 @ali-da-demon @vicwritesfic @skeelly @charliethinks @tori-my-love @chronic-skeptic @toulouseradiosilence @stewpid-soup @nine-frogs-in-a-trenchcoat @pessimistic-gh0st @theshyqueergirl @crowleybrekkers @a-bowl-of-soop @frogfairy444 @robinheaney12 @fairyghostgirlgaming @thatsawesomedontyouthink @venusplanetoflove2 @thelovelyvie @abookishshade @spir4nts-lun4r @i-have-no-idea-111 @kit-the-queer @a-wondering-thought @scatteredraysofhope @coco6420 @softlyunbreakable @givennnnnn @far-beyond-saving @darling-im-wonderstruck @heartstoppernerdsstuff @nonbinary-idiot-obviously @rebelrobinrules1984 @daydream-of-a-wallflower @leonine-elizer @angel-devil-star and anyone else who wants to join!!

6 months ago
#married
#married

#married

4 months ago

AMOR DE BABÁ - Nico!Babá, Percy!Professor - Capítulo I

Olá, sejam bem-vindos a nossa história.

Quando comecei a escrever essa história, planejava fazer algo simples e que me permitisse explorar uma fantasia que eu sempre tive, o professor e o aprendiz, aproveitei para jogar no meio alguns tropes, como babá, found family, namorados abusivos, parentes mais abusivos ainda e uma dinâmica D/s discreta.

Sinto que seria interessante dar alguns avisos logo no começo. Nessa história não haverá sexo entre menores de idade, embora tenha certo desiquilíbrio mental devido à idade deles, e também desiquilíbrio socioeconômico, mas que com o tempo vai desaparecer completamente. No momento tenho pronto umas 100 mil palavras, com a promessa de dobrar esse valor. Pelo menos 150 mil a gente chega.

Se você quiser saber mais detalhes, veja aqui no índice da história. Espero que vocês possam me acompanhar nessa jornada.

AMOR DE BABÁ - Nico!Babá, Percy!Professor - Capítulo I

Aquele não era um dos melhores dias na vida de Nico. De fato, não era a melhor semana, mês ou ano.

— Nico. — O gerente do lugar onde trabalhava disse assim que o viu se aproximar da porta de entrada. 

Esse era o momento que Nico mais temia a cada manhã desde que começou a trabalhar naquele lugar. 

Andrew McMillan se aproximou dele a passos despreocupados e parou em sua frente, o cumprimentando todo feliz e animado. O gerente tinha o cabelo penteado para trás, pele alva e olhos negros que sempre reviravam seu estômago. Nico não poderia dizer que o homem era feio, porque de fato, ele era um dos homens mais bonitos que já tinha visto. Mas tinha algo nele, algo por detrás daqueles olhos escuros e calculistas, que o fazia repensar cada palavra que saia da boca daquele homem, buscando o duplo sentido que sempre vinha, cedo ou tarde.

O gerente o olhou de cima a baixo, vitorioso, o fitando com maldade, olhos esses que faiscavam a cada segundo que se passava, em que nenhum dos dois dizia nada.

“É, era hoje”, Nico pensou. 

Seus ombros caíram e ele suspirou, conformado com seu destino. Andrew pareceu ficar ainda mais feliz enquanto anotava algo em sua prancheta. 

Sorrindo mais aberto ainda para ele, Andrew voltou a examinar Nico como se ele fosse um espécime misterioso, o apreciando daquela forma que fazia Nico se sentir desconfortável, algo que somente esse gerente conseguiu fazer em seus poucos anos de vida. E mesmo que fosse uma máscara, Nico não deixaria Andrew saber como esses olhares o faziam querer vomitar, como sua ansiedade aumentava conforme eles continuavam parados no meio da calçada, principalmente por saber que ninguém viria em seu socorro.

Isso só poderia significar uma coisa. 

— Senhor, posso explicar tudo. Eu--

— O ônibus atrasou? Ficou preso no trânsito? — Andrew balançou a cabeça, fingindo pesar e tocou em seu ombro, fazendo Nico paralisar em repulsa, sentindo um medo que ele não sabia de onde vinha. — Dessa vez, não há nada que eu possa fazer por você.

— Por favor, eu preciso desse emprego! 

— Estou do seu lado, você sabe disso, Nico. Mas regras são regras. Essa já é a quinta vez esse mês. 

— Não tem nada que você possa fazer? 

 Nico se arrependeu de perguntar assim que as palavras saíram de sua boca. 

— Talvez haja, mas não sei… — Andrew cruzou os braços e se aproximou de Nico, como se fosse contar um segredo a ele. — Isso requer um sacrifício. Você está disposto a isso? 

— Ah. — Nico murmurou, dando um passo para trás. 

Não era a primeira vez que Andrew falava uma coisa dessas. A questão é que Nico nunca havia levado a sério nenhuma dessas… sugestões, mas agora que ele estava ali, não sabia se iria querer continuar em lugar como aquele, mesmo que pudesse ou precisasse muito. 

— Sinto muito, Nico. — Andrew disse, sua voz soando piedosa e gentil, para logo em seguida acrescentar: — Não podemos nos esquecer de passar no RH, certo?

Nico não sabia o que tinha mudado naquela manhã. Ele tinha acordado cedo, tomando banho, pegado sua mochila do encosto da porta de seu quarto e andado pelos corredores de sua casa, silenciosamente para não acordar ninguém. Tinha pegado o ônibus lotado no mesmo horário e enfrentado uma hora de viagem até chegar ao seu emprego atual, um restaurante que dizia ser gourmet, mas que, na verdade, era uma imitação híbrida desses restaurantes de comida rápida; hambúrgueres, sanduíches, milkshakes e pizzas de todos os sabores. E como em todos os outros dias, ele havia descido do ônibus bem em cima da hora e corrido para o digníssimo estabelecimento em que trabalhava. 

É claro que seu gerente o esperava na entrada, como todos os outros dias. Ele tinha espiado para dentro do lugar e viu que eles já haviam aberto todas as portas, limpando as mesas e colocado as cadeiras nos lugares, podendo ouvir o barulho das pessoas já trabalhando em seus postos. 

Assim, meio confuso, porém, aceitando seu destino, Nico seguiu Andrew pelo restaurante naquela estranha caminhada da vergonha. Não seria a primeira vez que algo assim aconteceria, o rodízio de trabalhadores sendo bem grande por ali. Ainda assim, a maioria das pessoas o olharam com sorrisinhos tão maldosos quanto o de Andrew, e os outros, que o encaravam com uma pena sincera, ele sentiria falta. Tirando isso, todo o resto podia se explodir se dependesse dele. 

Nico levantou a cabeça, segurou firme em sua bolsa e foi para os fundos do restaurante onde ficava a contabilidade. Ele podia estar indo embora, mas Andrew se arrependeria por abusar de seu poder.

***

— Cara, eu não acredito que você fez isso! Meu pequeno herói. — Will disse, abrindo um sorriso enorme.

Nico não sabia por quanto tempo aguentaria isso. 

Will olhou para ele de cima a baixo e o abraçou bem forte depois de apertar suas bochechas até que elas adormeceram de tão doloridas, o jeito do namorado se tornando tão energético que Nico pensou que elas fossem se distender e cair no chão, flácidas. Um beijo veio em seguida, doce e suave em seu rosto, outro no queixo, descendo devagar com aquelas pequenas bitoquinhas que só serviam para deixá-lo mais irritado.

— Will, para com isso! E eu não sou pequeno. Como um metro e setenta e nove pode ser pequeno?

Nico fechou os olhos por um momento e inspirou profundamente, ele apenas precisava respirar. 

Geralmente não se importaria de Will estar tão perto, até gostava quando Will lhe tocava daquela maneira um pouco sexual demais, porém, nada que ultrapasse o que ele se sentia confortável em fazer. Hoje não era um desses dias; hoje essas carícias suaves o sufocavam, lhe fazendo sentir preso dentro de uma caixa que não havia escapatória ou buracos onde o ar pudesse entrar. Will o asfixiava, o estrangulando naquele cuidado que o namorado insistia em oferecer quando Nico não havia pedido por isso.

Ele respirou fundo e desviou dos lábios de Will, o empurrando pelo ombro. Deu uma mochilada em Will, seguido de um soco no ombro do namorado. Sim, Will, seu namorado corpulento e idiota apenas riu, o rosto quadrado e gentil lhe irritando um pouco mais a cada segundo. Se não bastasse ter passado duas horas na delegacia e ser questionado como se fosse ele quem tivesse cometido o crime, teve que ficar uma hora extra no escritório do RH negando os “bônus” e “benefícios” em troca de “confidencialidade”. Um tempo depois, quando foi liberado do interrogatório, Sr. Jones, dono daquela franquia, fez de tudo para que ele não prestasse queixa, ainda mais quando viu que as câmeras que ficavam na porta do restaurante haviam gravado tudo em áudio e vídeo, tendo provas suficientes para acusar o gerente de abuso de poder e assédio sexual.

Sinceramente? Nico sabia que não daria em nada e que o processo demoraria para ser julgado e, ao mesmo tempo, sabia que tinha que fazer aquilo; todas aquelas tardes tendo que ouvir as piadinhas que, no fundo, eram sinceras demais, precisavam ser denunciadas. Sem perder tempo e se sentindo muito vingado, Nico fez a única coisa que podia, pegou o celular e fez a denúncia. Logo viaturas bloquearam a frente do estabelecimento e os empregados foram dispensados, enquanto que o Sr. Jones e companhia foram processados por danos morais e abuso de poder. Agora, se ele ganharia o caso era algo a se ver no futuro quando a decisão judicial fosse tomada. 

O problema real apareceu quando Nico foi solto do interrogatório. Sem dinheiro para o almoço e com a passagem do ônibus contada, decidiu que continuar com seu dia como se nada tivesse acontecido era a melhor das táticas. Se arrastando pelas ruas ao sair da delegacia, Nico caminhou as poucas quadras se forçando a visitar Will no centro comunitário, exatamente como ele sempre fazia naquela hora do dia; Nico se encontraria com Will na hora do almoço, o único momento onde Will estava livre para falar com ele e depois iria para casa procurar por outro emprego até que tivesse o suficiente para pagar os custos da faculdade.

Nico virou a esquina e continuou seu caminho, distraído e tão chateado pelas últimas horas que mal percebeu o que acontecia. Quando viu, mãos lhe puxaram pelas costas e o arrastaram para um beco ali perto enquanto alguém o prensava contra a parede e uma boca se colocava sobre a dele sem sua permissão. E de tão aflito só percebeu que era Will quando deu um soco no estômago dele e um chute bem-dado em sua virilha.

— Will Solace! — Nico arfou surpreso, irritado, enfurecido. Embora Nico admitisse que estava um pouco traumatizado com toda aquela experiência, aquele não era o momento ou o lugar certo para fazer esse tipo de coisa. Também admitia que não estava no seu melhor momento, Nico poderia matar alguém se lhe dessem a motivação certa.

Will não pareceu ligar para o que ele falava. Gemendo ofegante, Will se aproximou de Nico e o segurou pela cintura, falando: — Isso não se faz com um homem, baixinho.

Então, dessa vez, se sentindo culpado e um pouco temeroso pelo que Will poderia fazer, ou pior, temendo que Will dissesse algo para seu pai, Nico deixou que Will continuasse. Will o levantou um pouco do chão e ele automaticamente enrolou os braços e pernas ao redor de Will. 

Will… ele… Will não gostava de ser contrariado, sabe? Se as coisas não saíssem exatamente como Will queria, algo podia explodir ou ser lançado pelos ares. Nico preferia evitar esse tipo de discussão. Ou outros tipos de reações. Não seria a primeira vez que eles brigariam pela ausência de sexo ou pela ausência de Nico no geral. Ele não estava pronto e Will estava. Ele não queria se casar e Will já tinha comprado as alianças. Nico definitivamente não queria morar junto com ele enquanto Will tinha comprado uma casa com direito a berçário e tudo mais o que eles poderiam precisar na visão deturpada de Will. Nico nem sabia se queria esse tipo de responsabilidade, mas, ainda assim, esse era ele fazendo uma forcinha pelos pais e por todos os outros que pensavam que logo o casório aconteceria. E talvez… só talvez… não fosse tão ruim assim ter um namorado bonito e gostoso que estava disposto a ficar com alguém tão chato e… antiquado feito ele. Apesar de saber dos erros de Will, ignorando as pessoas que Will ficava por trás de suas costas, ele não se importava contanto que todos continuassem satisfeitos.

Nico ficava se perguntando… quem é que namorava por três anos e não queria fazer sexo? Ou não se importava com traições?

Ele não conseguia explicar, havia algo nisso tudo… algo entre eles que não parecia… certo. Quer dizer, o problema deveria ser ele, não? Will lhe traía porque Nico não conseguia dar aquele último passo, não importava quantas vezes Will tentasse; Nico sempre desistia no momento final. Apenas parecia… errado, como se Nico estivesse prestes a cometer o maior erro de sua vida.

Nico sentiu um arrepio estranho e incômodo subir por sua coluna quando Will o segurou com mais força do que o costume e o puxou firme pelos cabelos, sussurrando em seu ouvido:

— Senti tanto a sua falta, baixinho. Onde você esteve que não atendeu o celular?

Ah, talvez ele não estivesse tão desconfortável assim… quer dizer, Will era sempre gentil demais, sabe? Tão cuidadoso, e esse cuidado todo fazia com que Nico se sentisse um fraco, como se ele fosse quebrar em mil pedaços a qualquer momento, e Nico não gostava disso nenhum pouco. Mas quando Will perdia o controle? O tocando com força e com vontade, sem medo de lhe machucar como se, na verdade, ele quisesse o ferir, mas só um pouquinho, apenas para deixar uma marca nele, exatamente como Will fazia agora…? Era outra história. Era nessas horas que Nico diria sim se Will lhe pedisse. O fato era que se Will tinha que se forçar a ser bonzinho para tratá-lo bem… Nico não queria viver com alguém que no fundo fingia ser algo que não era. Não importava o motivo.

— Você está me escutando? — Nico ouviu novamente uma voz suave ao pé de seu ouvido. Ele se sentiu arrepiar e desistiu de tentar raciocinar.

Nico queria dizer que não fez de propósito. Ele queria ter respondido à mensagem e as ligações de Will e mesmo que ele quisesse ter contado tudo o que tinha acontecido imediatamente, não teria conseguido, estava no meio de um interrogatório policial; não que a resposta para isso parecesse ser importante no momento, não para Will. Ele voltou a beijar Nico como se esse fosse o único objetivo de sua vida e todo o ar ou pensamentos fugiram para fora da cabeça de ambos.

Aquilo… aquilo era tão errado, bem no meio da rua onde qualquer um que passasse poderia vê-los… Nico se remexeu e tentou falar, sentindo o ar abandonar seu corpo, desconfortável por outra razão. Bem, talvez ele tenha gemido baixinho, Nico não saberia dizer, tentado se afastar de Will só para ser puxado de volta contra sua vontade.

— Qual é o problema? — Will disse entre suspiros e mordiscadas, a língua dele voltando para dentro da boca de Nico, massageando a sua e se movendo daquela forma que Nico mais gostava, o fazendo relaxar mais um pouco, apenas o suficiente para Will abaixar o zíper das suas calças.

E de novo, ele não tinha o direito de escolha. Will enfiou os dedos dentro da cueca de Nico, o fazendo arfar. Entretanto, esse foi o momento onde Nico ouviu algo, um som estridente que o fez abrir os olhos e perceber o que estavam fazendo. Nico então desviou a boca dos lábios de Will, o empurrou pelos ombros e colocou as pernas no chão enquanto fechava o zíper das próprias calças, procurando pelo celular que tocava. Ele definitivamente deveria ter ido para casa em vez de ir até ali há duas quadras do centro comunitário onde crianças e adolescentes vinham em busca de ajuda.

Bem, costumes eram difíceis de serem quebrados.

Nico enfim se abaixou, abriu o zíper da mochila e encontrou o maldito celular que estava no fundo de um bolso estreito.

— Nico Di Ângelo? Temos uma vaga para você. — Alguém falou imediatamente, mal lhe deixando atender a ligação.

Era Caren da agência de empregos, sua voz seca e mal-humorada podia ser reconhecida em qualquer lugar. Mal-educada e rude, soava aguda a seus ouvidos.

— Claro. Sobre o que seria?

— Cuidar de duas crianças durante o dia. Com horas extras e direitos trabalhistas.

Com toda certeza seria melhor do que o último emprego. Nisso Nico podia confiar.

— Pra quando?

— Amanhã às 7h.

— Tudo bem. Devo usar uniforme?

— Não, apenas apareça no horário.

Assim, o telefone foi desligado na cara dele e Will que estava a seu lado encostado na parede riu, o tocando no rosto e lhe beijando agora suavemente.

— Parece que nossa diversão acabou.

— Você não viu nada. Sabe o que aconteceu hoje? — Will levantou as sobrancelhas e se inclinou em direção a Nico, curioso, o que lhe deixou muito aliviado. Ele amava Will, mas não estava no clima para beijo nenhum.

Então, o que vocês acharam? Desinteressante? Devo excluir essas cenas?


Tags
4 months ago

THERE'S NO PLACE LIKE HOME - PERCY/NICO AU HIGH SCHOOL - CHAPTER XXVII

Hi, how are you? This will be the last chapter of the year, we'll be back on January 6th, although we'll still have posts on writing tips in Portuguese this week (because there are plenty in English) and another post on the creative prompt.

I hope you enjoy this chapter.

Previous chapters: CHAPTER I / CHAPTER II / CHAPTER III / CHAPTER IV / CHAPTER V / CHAPTER VI / CHAPTER VII / CHAPTER VIII / CHAPTER IX / CHAPTER X / CHAPTER XI / CHAPTER XII / CHAPTER XIII / CHAPTER XIV / CHAPTER XV / CHAPTER XVI / CHAPTER XVII / CHAPTER XVIII / CHAPTER XIX / CHAPTER XX / CHAPTER XXI / CHAPTER XXII / CHAPTER XXIII / CHAPTER XXIV / CHAPTER XXV /CHAPTER XXVI

Percy slowly moved away from the bed and walked towards the wardrobe. He still couldn't believe what he had done. Nico wasn't like Luke, or like any other boy, where Percy would have some fun and then leave, without caring about the consequences. No, with Nico, extra care was necessary, he needed time and attention, to be treated in the right way and at the right pace so that in his haste, Percy wouldn't ruin everything. That was why he couldn't let himself get carried away like that, having more fun than he should with Nico's reaction and discomfort, watching Nico get more excited with each passing moment without even knowing what he was doing.

Did Nico realize how easily he could enter that state of submission? His pupils dilated, his face flushed, and even his posture changed, bowing slightly, the mood changing drastically as Nico transformed into that completely obedient and sweet being, something even the other people around him noticed. The worst? Percy transformed with him, bringing out his worst side.

Thankfully, all of this has been put on hold for the time being. Percy made sure to keep those memories inside the box Apollo had given him, along with the collar and the other objects. In the meantime, he kept the box on top of the desk next to the bed, out of sight but close enough if they decided to take it a step further than they were both comfortable at the moment.

"Per?" It was Nico who called him, the only one who used that nickname or said his name so sweetly.

Nico was sitting on the bed, fingering his necklace with the same hand that held his engagement ring. He had that same lost look and flushed face, even though they had just showered and gotten dressed for school. Percy decided to ignore the urge to pin Nico against the bed and give them what they both wanted, and just smiled, content to watch Nico.

"What's wrong, baby?”

"We... is everything okay?”

"Of course it is.”

"So why haven't you touched me since... since the collar?”

Percy stopped and thought, “Hm. That was true.” It hadn’t been a conscious thing or to punish Nico. Percy just thought it would be good to have a few moments to breathe a little.

"Don't worry, hmm ? Give me a kiss.”

Percy walked back to the bed and knelt between Nico's legs, getting to his height, and kissed him. Something sweet and soft. Percy didn't intend to turn the kiss into anything more than a passing caress. The problem was Nico and his sweet moans, the way he parted his lips and gasped, wrapping his legs around Percy’s wais, pulling him up, inviting him to lie on top of Nico. When Percy saw it, he had grabbed Nico by the hair and rubbed his tongue against Nico's, swallowing his moans.

Moving away from Nico was like surfacing after long hours of swimming, he felt like he could go on for a while longer, but that it wouldn't be good for him if he tried it. So he pulled his lips away from Nico's, took a deep breath and slowly moved his head away. He propped one knee on the edge of the bed and inhaled, forcing his heart to beat at a normal pace. And Nico? He was lying down, sprawled in the middle of the sheets, breathing just as deeply as he was, but completely happy and content to stay exactly where he was, blinking slowly as he watched Percy walk away.

It seems like he would have to be the adult there.

Percy practically threw himself out of bed, then grabbed Nico's shoes and put them on Nico's feet, tying the laces. He got up, went to the wardrobe and grabbed their jackets. He helped Nico sit on the bed and finally put one of them on Nico who just raised his arms, allowing himself to be dressed.

If he could, Percy would stay home today and make sure Nico stayed in his happy, content bubble of pleasure. That is, if it weren't for the exams coming up. They had studied too hard to let everything be ruined now.

"You didn't have to do that." Nico said, his face heating up, seeming to come back to reality.

Percy just looked at him and smiled, picking up their bags from the floor, Nico's guitar, and took Nico's hand that was now reluctantly dragging itself across the carpet, Percy guiding him out of the room towards the exit door.

***

Percy sat down on the bench and closed his eyes for a moment. Preparation for finals was starting and the teachers were determined to make his life miserable. Seven papers, surprise tests and group presentations, everything he didn't need right now. If he could just have a moment to catch his breath he was sure that—

"... cy ? Percy!”

"Hm?”

"You didn't listen to anything I said!”

Percy tried not to roll his eyes, but it seemed to be in vain. Luke was trying to say something that must be very important, Percy was sure. Something about the team, or probably about graduation. In fact, in his absence, Luke was proving to be a great leader, a good friend and someone he could trust even if the jealousy always got the better of him.

"I know you're busy with Nico and the future of your perfect life. But can you pay attention to me?”

Percy smiled at Luke and hugged him around the neck, reminding him of the thousands of nights where loneliness made him seek refuge in those same arms, but that no matter how hard Luke tried, it would never be enough for Percy. The reality is that beneath the flirting and fun, Luke was just another person looking for a place to belong.

"You don't need me. You never did.”

"Percy! I'm serious.”

“Me too,” Percy said. He turned to Luke and cupped his face, admiring him in a way Percy rarely did. It was a shame he already loved Nico. Luke deserved someone who loved him as much as he loved Nico. “I’m quitting the team this week.”

"What? Why now? So close to graduation?”

"It's a surprise. I'm not going to go to college here.”

"You can't drop everything because of him!”

"I received a good offer in Italy.”

"Are you sure? You tried so hard.”

“You deserve it more than me.”

"Me? What do I have to do with this?" Luke pulled away, leaning back, and scratched his head, completely confused.

"You'll make a great captain.”

“I…” Luke stuttered and stopped talking, and Percy could see real emotion flash across Luke's face for the first time in a while. “You don’t have to quit the team. We need you if we want to win.”

"Hm. Maybe. If you insist.”

***

In the end, Percy was defeated by sheer exhaustion, he would be vice captain while Luke would take his place. The coach seemed proud of them for some reason, and nothing really seemed to change, even though he didn't go to all the practices anymore. Without the practices, Percy had more time to talk to his mother and plan the next steps, like college and marriage. A house. But without Nico realizing that something very drastic was happening.

"Come to the next training practice.”

"Do I really need to?" Percy said to Luke and then turned to Grover who was beside him, hugging Juniper. Grover shrugged and Juniper smiled, the cheerleader just hugged Grover tighter and rested her head on his shoulder.

"The first game is in eight days. Please.”

"Just because you asked nicely.”

Percy ruffled Luke's hair, and Luke stood up, taking his bag and the clipboard with him. He watched Luke march out of the courtyard and saw Nico appear shortly after with his bag and guitar slung over his shoulder. An unusual sight. Nico would be at band practice at this time, getting ready for his performance at the prom, not here, looking like a puppy abandoned on the side of the road. Before Nico could disappear into the crowd of teenagers, Percy ran towards him, grabbing Nico by the shoulder, turning him towards himself.

“What happened?”

Percy could tell immediately that something was wrong. He touched Nico's face and turned it towards him, moving it in different angles. He felt around Nico's neck and ran his fingers down Nico's shoulders, finding nothing wrong. That is, until Nico looked at him through his eyelashes and blinked slowly in his direction.

"Nothing happened. Today's practice was canceled. The teacher was absent. Everyone was going out to eat... I rather stay here.”

"What happened on the way here?”

"It was nothing, I swear.”

Percy thought about continuing with his questions, but then he remembered his promise not to question Nico's actions. He would trust his baby.

"Do you want to rest a little or do you want to go home?”

He knew it wasn't fair, testing how dependent Nico really was on him. Imagine his relief when he saw Nico stop and think for a few seconds, his eyebrows furrowing and a pout of concentration appearing on his lips. Nico was taking a huge weight off Percy's shoulders without even knowing it; not because it was hard for Percy to keep deciding everything for the two of them, but because, this way, Percy knew he wasn't hurting Nico in any way or deepening any kind of trauma.

"Can we rest a little and then study?”

Percy groaned, already regretting asking. Nico could deny it, but he loved torturing him with endless study sessions. Percy was sure of it.

"Seriously? Is that all you think about?”

All Nico did was laugh, all delicate, and hold onto the strap of his backpack, acting cute and innocent.

"What's the problem? It'll be good for you. This way, we'll be training for college. "Nico continued smiling, using a very soft and gentle voice, and held his hands, making him forget the complaint that was about to come.

See? And then people called him manipulative and cold. That's because they never paid attention to what Nico did. Percy smiled back and took the backpack and guitar from Nico's shoulder, walking towards the benches in the open courtyard. He knew how much Nico liked to lie in the sunlight.

It was not a common sight, him sitting on the bench in the middle of the courtyard and Nico with his head in his lap. Nico had his eyes closed and was breathing calmly, while Percy massaged his hair, slowly and carefully, touching his small, soft ears, his long neck, the fragrant nape of his neck.

"Stop looking at me like that." Nico said with his eyes still closed, although Percy could feel his face between his hands slowly warming up.

"How am I looking at you?”

"Like I would run away.”

"That's not why I'm looking at you." Percy continued touching Nico's skin, running his fingers down Nico's neck, and stopping with his hand on the choker, finally leaning over Nico, kissing him softly on the leather. Percy raises his lips and finds that piece of skin, right behind Nico's ear, which makes the boy shiver from head to toe.

Of course this is the moment where Luke yells for them to find a room.

“Where did he come from?” Nico says, and something in his voice makes Percy stop and look at him, seeing Nico open his eyes softly. Percy could force himself to believe that nothing was wrong, but... it was so obvious. “I saw you hugging Luke.”

So, that was it.

"He's just a friend.”

"I don't like this." At this moment, Nico really looked at him and emphasized every word. "Just a friend? Just like he was when I was in Italy, is that it?”

"Wow." Percy was speechless. It was kind of funny, even if deep down Nico was right. Any friend could have become more when Nico was on the other side of the world and Percy was there, alone and lonely.

"Wasn't that what you did?”

“You’re right,” Percy said, trying to calm his fussy baby. “I didn’t know this was a problem.”

"You didn't act any different than me when I told you about my ex-boyfriend.”

Hm. That was true. As always, Nico was right.

Percy thought about justifying himself and saying that they were angry for different reasons. He didn't understand why Nico had to go looking for sex on the other side of the world and Nico didn't like that Percy had tried to replace him with the first person who appeared.

"I'm so sorry, baby. I swear that's in the past. I promise it won't happen again.”

“Have you had sex with other people or touching your “friends” is something usual?”

This time, Percy couldn't hold it in. He threw his head back and laughed. Gods! He missed Nico so much, the senseless jealousy and obsession they both had for each other. Even though he understood it was wrong, it was like coming home after a long, tiring day.

"Both. I won't do either without your consent.”

Then the cutest thing happened. Like the baby that Nico was, he pouted and puffed out his cheeks, showing his displeasure, and then he turned to the side, hiding his face in Percy’s belly.

"Sometimes I hate you. I hate this feeling that eats away inside of me. I want you all to myself. I know you do these things on purpose!" Nico raised his voice and sank even deeper into his lap, rubbing himself against Percy a little too much.

Now, who was doing what they shouldn't have done on purpose?

"Baby, I swear. I didn't do this--”

"Percy, it's been a while.”

Damn! Did she have to show up right now?

For a moment the voices around the courtyard seemed to fall silent, and there was a strange silence, as if the other people had frozen in place to listen better and see what would happen. Even Nico seemed to stop breathing, tensing in his arms and turning his back to Annabeth . And just when he said he wouldn't do those things...

"Per-cy!”

"You don't need to shout, everyone can hear you." He murmured, trying to ease the situation.

"When are you going to get tickets to the dance?”

"I don't know what you're talking about.”

"Don't you remember? You promised.”

"Only in your dreams.”

Percy couldn't help but look down and see that Nico was already staring at him, furious, a look so determined that he knew he would have to make amends. He barely realized that he was still holding Nico's hair and necklace, still with his fingers on Nico's skin, possessive and protective. The biggest surprise came next, Nico grabbed his hands and pulled them away from him, struggling to get up, trying to run away from him once again.

That was enough for Percy to spring into action. Percy pushed Nico back, and turned him around, making him sit on his lap, once again with his back to Annabeth .

"Where do you think you're going, hm?”

"I thought you wanted to talk to your friends.”

Oh, so much hurt, so much jealousy, so bitter. Would he be a horrible person just for knowing that Nico cared so much, even if it was through such bad emotions?

“Baby?”

“What is it?!”

Percy lifted Nico's head, who refused to look at him, and got closer to his ear, so that only Nico could hear:

"I love you. Only you and no one else.”

"Liar!”

"I would never spoil anyone the way I spoil you. I would never indulge your every whim or allow myself to be so vulnerable if I didn't love you. You know what else I would never do?”

"What?" This time, Nico's voice came out much lower, almost a whisper.

"I would never fuck you like I do to you. I would never accept submission from anyone other than you. Why would I choose anyone else when the most perfect, obedient thing is right in front of me. Hm? Answer me.”

Nico pulled back just enough to look at him, his face and ears now on fire. His attitude completely different than it had been five minutes ago.

"I... I'm sorry. I didn't mean to say those things. I just…”

"I should punish you. I should show you what naughty boys deserve.”

The moment would have been comical if Percy hadn't been so turned on, and apparently, Nico was too; he could feel the small bulge against his lower belly, and the way Nico moaned and held onto his shoulders would have told him what was going on anyway.

"Now, how are you going to apologize?”

"Apologize?" Nico looked confused, but even so, he moved closer to him, pressing their bodies together and hugging him by the neck.

Nico only needed a little push and their lips were connecting. Their tongues soon met and a breathy moan followed. Unfortunately, Percy couldn't let things go too far, after all they were still in public, and his baby was too good for those predatory eyes, looking for the next gossip.

Percy grabbed Nico by the back of his neck and pulled their mouths apart, watching Nico gasp as if they had done much more than just share a quick kiss. Maybe it wasn't a good idea to leave Nico without sex for too long.

"How about we go home, hm? Take a relaxing bath? I promise we'll study as much as you want tomorrow.”

Nico just nodded, blinking slowly. He helped Nico pick up his bags, and when he stood up, Annabeth was still standing in the middle of the path, closer than Percy would have liked her to be. Well, that didn't matter. As long as Annabeth didn't intrude on his life, she could do whatever she wanted, even if it meant watching him like a hawk.


Tags
1 year ago
Seven Years After The Break-up.
Seven Years After The Break-up.

Seven years after the break-up.


Tags
9 months ago

NÃO HÁ LUGAR COMO O LAR - PERCY/NICO AU COLEGIAL - CAPÍTULO XXIII

Oiiiiiii, tudo bem? Então.... eu disse que não ia voltar tão cedo, ne? O que eu posso dizer? Consegui escrever um capítulo essa semana! Mas quase não saiu. Acho que eu estava precisando recuperar as forças, mesmo que eu não me sinta muito melhor que dias atrás.

De qualquer forma, estou aqui! Também descobri que eu tinha algumas cenas já prontas para postar, o que eu vou fazer nos próximos dias. Acho que eu não postei porque quando eu me sinto mal é quando minha autocrítica autodestrutiva mais ataca. Tudo isso para dizer que tem vezes que eu leio o que escrevo e tudo parece um desastre e outras, eu me divirto enquanto escrevo ou reviso. Felizmente no momento estou no aspecto positivo da autocrítica.

Também vou começar a postar algumas coisas mais aleatórias, ok? Eu tinha por aqui um blog de dicas de escritas, e às vezes ainda tenho vontade de fazer posts assim. Então, se aparecer esses tipos de posts ou posts com algumas anotações, relevem. Vou encarar esse blog como um diario. A verdade é que eu gosto de documentar coisas que eu leio e prendo, para assim quando chegar no fim do ano eu ter uma prova de que não fiquei apenas olhando para o teto sem evoluir em nada.

Por enquanto é isso. Peço desculpas novamente para as pessoas que tem que aturar minhas mudanças de humor e ainda estão por aqui, mas... acho que essa sou eu, às vezes tudo está bem e outras, nada está. Principalmente peço desculpas a minha beta😫 estou com muita vergonha para pedir desculpas pessoalmente, por isso espero que você veja isso e me perdoe. Não vou pedir ajuda para ninguém até eu acabar essa história (pra não perder o tempo de ninguém), o que talvez nem aconteça. Então, eu acabar essa história não é uma certeza, mas vou tentar. E com certeza não vai ter capítulos novos todas as semanas, vou tentar meu melhor, porém, não vou me forçar como eu fazia no passado.

Obrigada por me ouvir e boa leitura!

Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII / CAPÍTULO IX / CAPÍTULO X / CAPÍTULO XI / CAPÍTULO XII / CAPÍTULO XIII / CAPÍTULO XIV / CAPÍTULO XV / CAPÍTULO XVI / CAPÍTULO XVII / CAPÍTULO XVIII / CAPÍTULO XIX / CAPÍTULO XX / CAPÍTULO XXI / CAPÍTULO XXII

PS: Por enquanto a versão em inglês está em hiatus. Quando eu tiver tempo, vou continuar. Vou aproveitar que as ideias estão vindo para escrever bastante, assim, que burnout vir, porque eu sei que ele vai vir continuo com essa versão.

OBS: Como eu disse antes, percebi que tinha um capítulo pronto. Vamos regredir uma ou duas cenas e continuar daí. Também dei uma revisada na história inteira, ela está aqui no AO3.

CAPÍTULO XXIII

— Bom garoto. Tão obediente. — Nico fechou os olhos bem apertado e se negou a responder, sentindo seu corpo balançar com o efeito do orgasmo.

Não que ele fosse capaz no momento. Não, Nico acha que nunca tinha gozado com tanta força em sua vida, e ouvir Percy falar assim com ele, o fazia estremecer ainda mais. Nico achava que nem o próprio Percy sabia o que essas palavras faziam com ele, o tom de voz aveludado e agora o toque suave que o acalentava depois de algo tão intenso. Não era apenas isso, era a forma como Percy falava com ele, como se Percy realmente estivesse orgulhoso; era a forma que Percy olhava para ele, o analisando friamente dos pés à cabeça e, ao mesmo tempo, com aquela fome no olhar que o fazia querer obedecer a cada ordem. Ele não conseguia lidar com isso, então, era melhor apenas se sentir grato por esse momento estar acontecendo.

— E, então? — Nico ouviu Percy dizer, o sentindo tocá-lo e massagear seus braços, chegando em seu pulso para enfim abrir a algema. Engraçado, para quem tinha medo de ser preso, ele nem hesitou quando Percy sugeriu.

— Então, o quê? — Nico murmurou, ainda ligeiramente desorientado. Ele nem mesmo conseguiu levantar os braços, permitindo que Percy continuasse a massagear a pele avermelhada.

— Foi bom ou ruim?

— Hmm?

— Você gostou do que eu fiz?

Não era obvio?

— Eu gozei duas vezes.

— Não quer dizer que você tenha gostado.

— E você, gostou? — Nico rebateu, tentando se mover, o que apenas o fez cair para trás feito uma jaca podre.

Quando Percy não respondeu, Nico olhou para ele. Era bem claro o que acontecia, Percy e seu complexo de mártir. A verdade é que ele tinha gostado, ambos tinham, e isso parecia ser um problema para Percy.

— Eu gostei, tá bom? Quer dizer, seu queixo ainda está molhado.

Para provar a evidência do crime, Nico se esticou todo, gemendo de dor em seus músculos e passou os dedos no rosto de Percy, mostrando o líquido a Percy.

— É, eu acho que sim. — Mas Percy ainda tinha aquela expressão analítica, quase rígida demais, como se estivesse se preparando para dar a próxima ordem, o que se tornou verdade no final. — Fique aqui.

— Para onde eu iria?

— Com você eu nunca sei. Só não… fuja. Tudo bem?

— Eu disse que não vou fazer isso de novo. Até quando você vai me culpar por isso?

— Eu sinto muito. — Percy tentou sorrir, e quando isso não funcionou, ele deu as costas a Nico, que caiu mais uma vez nos travesseiros.

Parecia que Nico não era o único traumatizado pelo passado. O que ele podia fazer? Essa era a história deles, às vezes feliz, outras, problemáticas. Nico não trocaria o que viveram por nada nesse mundo. Onde ele estaria se não tivesse conhecido Percy em um banheiro público de escola? O que ele teria feito se Percy fosse igual aqueles garotos? Pelo menos, eles não estariam nesse impasse. Será que se… que se ele forçasse as coisas só um pouquinho, Percy veria que não havia motivo para tanta culpa? Afinal, Percy sempre gostou da verdade e de coisas bonitas…

— Nico.

Se assustando, Nico viu o rosto de Percy perto demais e segurou nos ombros de Percy, o afastando.

— No que você anda pensando, hmm? Conheço bem essa carinha.

— Não sei do que você está falando.

— Você não está aprontando, está? Se comporte.

— Eu sempre me comporto. — “A não ser quando eu preciso agir”, Nico pensou, colocando sua expressão mais inocente.

— Vou acreditar em você.

Percy se sentou a seu lado e começou a limpá-lo. Em seu peito, abdômen e então no meio das pernas de Nico, suavemente deslizando uma toalha umedecida, chegando em sua entrada.

— Você não precisa fazer isso.

— Eu quero fazer. — Percy murmurou, o beijando no rosto. — Você tinha razão. Eu estava ausente, prometo que vou te recompensar.

— Que tal começando agora. Me deixa te chupar?

— Como isso pode ser uma recompensa para você? — O importante nisso tudo é que finalmente Percy tinha sorrido, acariciando seus cabelos.

— Isso é um sim ou um não?

— É um talvez depois. Agora, está na hora do bebê tirar uma soneca.

— Eu não sou um bebê.

— Então por que você está bocejando no meio da tarde?

Era uma boa pergunta.

Nico só deixou que Percy o cobrisse porque ele tinha se deitado a seu lado e o abraçado bem forte, também entrando debaixo das cobertas junto com ele.

***

Por algum motivo, Percy se sentia exausto. Ele se permitiu relaxar no travesseiro, colado contra as costas de Nico e fechar os olhos, apenas por um momento, apenas o suficiente para sentir o peso sair de suas costas. Era um peso metafórico, é claro, um peso que ele nem sabia estar ali. Percy nunca imaginou que a culpa poderia drenar alguém a ponto de afetá-lo fisicamente. As coisas também eram assim no passado? Percy não conseguia se lembrar. Esse era um mal hábito que tinha desenvolvido, outra muleta psicológica, ele sabia. Percy se esquecia e guardava a sete chaves no fundo da mente tudo o que fosse traumático ou frustrante.

Quer saber? Percy tinha decidido não pensar no que fosse ruim ou bom, bem ou mal, e se concentraria no que fosse o certo para eles. Eles estavam confortáveis com isso? Ótimo! Parecia divertido? O fazia se sentir bem? Então, seria o que eles fariam. O que adiantava fazer o que era considerado como “normal” se isso causava tanta dor, e não do tipo que Nico parecia gostar? Era melhor se ele falasse com a mãe, só para tranquilizá-la. Percy sabia melhor do que ninguém que Sally o perturbaria até que ele se confessasse para ela.

Se sentindo cansado mais uma vez, Percy saiu debaixo das cobertas, tentando não acordar Nico e viu algo caído no chão. Ele deu a volta na cama e ali no meio do caminho estava o diário que tinha dado a Nico. O diário estava aberto no início das primeiras folhas e tinha uma caneta presa, marcando a última página escrita.

Ele também já tinha se esquecido disso. Felizmente, parecia que mesmo ele sendo uma pessoa horrível, Nico ainda era o mesmo doce garotinho, sempre o obediente. Sim, Percy pôde ver que Nico já tinha escrito algumas palavras e tinha personalizado a contracapa:

DIÁRIO DO NICO Se perdido, devolver para o Percy!

Percy teve que rir, já se sentindo leve. Tinha até uns desenhos bonitinhos de corações, anjinhos e diabinhos ao redor das letras. Entretanto, o que realmente chamou sua atenção foi a página em que a caneta estava presa.

“Eu adoro aquele tipo de espaço mental em que eu quase flutuo, quase delirante, sabe? Minha cabeça fica leve e eu não faço ideia do que quero fazer, só quero o que você quiser que eu faça. Na maioria das vezes, tudo o que sei é que quero ser fodido com tanta força que eu mal consiga falar e tudo o que eu consiga fazer seja pequenos gemidos quando você me perguntar alguma coisa.” “Quero o tipo de sexo que deixa marcas nos meus quadris e a forma das suas mãos na minha pele. O tipo de sexo que deixa o meu peito coberto de mordidas e as suas costas cheias de arranhões. Quero o tipo de sexo que faz o meu corpo doer e pulsar e que me faça te sentir entre as minhas pernas no dia seguinte.”

Esse era um trecho que parecia se destacar das outras páginas, algo escrito às pressas, em garranchos despreocupados, á tinta preta e sem decorações ao redor, como se Nico não quisesse passar muito tempo com aqueles pensamentos e só precisasse despejá-los no papel. Esse foi o real motivo que o fez encarar aquelas palavras por longos momentos, estático, parado no meio do quarto com Nico ainda dormindo tranquilamente, sem nenhuma preocupação.

Era impossível não comparar os dois estilos tipográficos. De um lado da folha, vinhas e arvores que pareciam se entrelaçar até os céus, acompanhados por linhas de poemas, simples e bonitas, do outro, uma prosa desajeitada e vulgar, permitindo a Percy ver os dois lados de Nico que ele raramente via juntos. Tinham outros desenhos, é claro. Um demônio e um anjo que ocupavam uma página inteira, descrições de personalidade e características físicas, algumas poucas linhas de narração que na página seguinte eram interrompidas por mais garranchos com pensamentos soltos.

“Quero que você me abrace e me toque, quero que você me faça sentir seguro e pequeno, feito o bebê que eu nego ser. Quero que você me diga quando ninguém estiver vendo: "Como está o meu garoto? Ele se comportou?" Quero ter regras e quero ter que pedir autorização. Quero ser disciplinado quando não faço o que você mandar.”

Percy teve que parar de folear o diário e olhar para Nico dormindo cama.

Ele... porra! Ele queria fazer tudo isso, queria fazer todos os desejos de Nico se realizarem. E sabe por quê? Eram os mesmos que os seus. Cada palavra e confissão parecendo ser algo que ele faria se a culpa não o tivesse impedido até aquele momento. Será que essas fantasias realmente eram de Nico? Ou será que era algo que Nico tinha escrito para se vingar dele? Ou, pior ainda, era o que ele tinha levado Nico a acreditar que ambos queriam? Mas, ao mesmo tempo, Percy conseguia reconhecer Nico em cada linha, seja desajeitada ou elegante, misturado a influência que ele tinha sobre Nico e outras coisas e momentos em que Percy não esteve presente para moldá-lo.

Sinceramente? Percy estava aliviado. Saber que Nico tinha tido outras experiencias e conhecido outras pessoas e que mesmo depois de tudo isso Nico ainda tinha voltado para ele, tirava mais uma parte do peso que ele nem sabia que levava. Entretanto, a questão importante era: Como ele poderia fazer... tudo isso sem passar dos limites? Como ele poderia se certificar que Nico não sairia disso o odiando de verdade?

Ele... Percy precisava de ajuda. E de algumas coisas, também. Algo que fizesse Nico entender a seriedade da situação, do quanto ele desejava que Nico permanecesse seguro e feliz. Parece que esse era o momento de agir.

***

Nico abre os olhos e a primeira coisa que nota é a luz do sol entrando pelas persianas, o cegando momentaneamente. Sua cabeça pulsava com uma dorzinha irritante nas têmporas, mas seu corpo estava o mais relaxado em que ele já esteve. Sua visão estava turva também, atordoado pelas endorfinas que ainda pareciam manter seu corpo calmo e sua mente maravilhosamente vazia, como se toda a ansiedade tivesse sido sugada por uma mangueira compressora. Nem mesmo suas aventuras com garotos mais experientes tinham causado esse tipo de reação nele.

Ele olhou para o lado, esperando encontrar Percy e recebeu em troca a ausência e um pedaço de papel, Percy nem mesmo tinha deixado seu calor para trás, o que significava que Percy tinham se levantado tempos atras.

Bem, Nico não deveria criar expectativas quando Percy estava lidando tão mal com as coisas nos últimos tempos. E ele disse que daria tempo para Percy se acostumar com as coisas, não disse? Mesmo que fosse difícil continuar esperando por algo que talvez nem fosse acontecer, ele não tinha outra escolha. Era melhor ter a companhia de Percy do que não ter nada. Mas isso não queria dizer que ele não fosse tentar seu máximo para conseguir o que queria.

Se dando por vencido, Nico se sentou na cama e pegou o bilhete.

“Você dormiu bem? Eu tive que sair rapidinho. Prometo estar de voltar para o café da manhã. Me espere. Per.”

Era só isso? Era o que ele merecia depois de sentir seu mundo sacudir? Isso era tão justo! Chega! Ele iria tomar uma atitude imediatamente.

Esquecendo da dor de cabeça e os dos músculos doloridos, Nico amassou o bilhete, o jogou em algum lugar em direção ao cesto de lixo e marchou até parar em frente ao guarda-roupa. Isso era tão ridículo! Nunca pensou que chegaria o momento em que ele teria que se rebaixar a tanto. Ele pegou a caixa com seus brinquedos, enfiou a mão no fundo dela e pegou uma embalagem lacrada, de cor preta. Era algo que a vendedora tinha sugerido e já que ele tinha comprado coisas piores, não era isso que o tornaria uma pessoa ruim. Nico colocou o pacote em cima da cama, pegou os itens que iria precisar e entrou no banheiro. Iria mostrar para Percy quem mandava ali.

***

Percy se sentia bem melhor agora.

Como ele poderia explicar? Bem... tinha um lugar, um tipo de bar, e ele tinha ficado curioso, sabe? Percy nunca participou, entretanto... ele tinha assistido e entendido bem rápido como as coisas funcionavam. O que ele podia fazer? Sua mãe sempre dizia que conhecimento era algo que ninguém podia tirar de você, e de fato, tinha sido algo difícil de esquecer. Talvez ele tivesse ficado entediado sem Nico por perto ou talvez quando ele se viu sozinho, sem ninguém para vigiá-lo... por que não? Sendo que Percy não precisava mais ser o cara bonzinho?

O fato era, Percy tinha descoberto que ele fazia aquelas coisas sem precisar que ninguém o ensinasse. Pelo menos ali, aprendeu que o que ele fazia era errado se Percy não pedisse permissão antes.

Um bom exemplo disso eram as palavras, pequenas sugestões que se repetidas poderiam se tornar em comportamentos condicionados, como quando você ensina seu cachorro a dar a patinha em troca de petiscos. Pessoas tinham as mesmas tendencias e vontades semelhantes, também. Algumas mais assertivas e outras, mais obedientes. Era um dinâmica normal, nada forçado, é claro, apenas modos de comportamentos onde cada um se sentia mais confortável para se expressar. E isso era só o começo, nem sequer era algo sexual ou romântico, apenas atitudes que a maioria das pessoas não reparavam. Sua psicóloga da época tinha sugerido algo parecido. Não que ele fosse atras desses tipos de clubes e sim que Percy analisasse por que ele se sentia tão codependente de Nico ou porque Percy se sentia tão frustrado. E como parecia estar relacionado a sexo, ele pensou... por que não? Sua mãe tinha apoiado a ideia e, seu irmão e Grover, amado mais ainda. Assim, como uma família unida, todos foram investigar o bar, incluindo sua mãe.

O importante era que quando ele descobriu o que fazia com Nico já era tarde demais, Nico tinha ido embora e ele tinha ficado sozinho, com todas aquelas ideias e ninguém para testá-las. Percy não se orgulhava do que tinha feito, mas não se arrependia tão pouco. Sendo sincero? Ele não se importava com aquelas pessoas e se ele tivesse magoado algumas pelo caminho, não era da sua conta. Percy nunca prometeu nada a elas, cansando de avisar o que aconteceria no fim.

Era por isso que Percy estava ali naquela manhã, um bar vinte e quatro horas que funcionava como lanchonete durante o dia. Fazia mais de um ano que Percy não entrava lá, mas como eles eram o lugar que ele mais confiava, teria que ser ali mesmo.

Percy respirou fundo e entrou pelas portas de ferro negras, chegando a primeira área onde havia mesas e cadeiras de madeira que ao anoitecer seriam retiradas para dar lugar a pista de dança. Continuou andando mais ao fundo e encontrou o bar, um balcão longo junto a uma cozinha espaçosa, vendo os garçons pegarem pratos de comida para serem entregues. Ele só esperava que ningue--

— Percy, querido. Quanto tempo!

— Vanessa. — Percy disse e se virou, vendo sua “professora” favorita. Ela era uma dominatrix atenciosa, bondosa e firme, algo que ele sempre quis ser e que nunca teve a paciência. Em comparação a ela, Percy era ansioso e um tanto cruel. Quem sabe um dia?

— O que te trás aqui? Finalmente procurando companhia? Tenho um submisso que--

— Não dessa vez. — Percy disse e sorriu, negando educadamente. — Estou procurando Apolo. Será que ele está por aqui?

— Ah, isso é tão bom. Quem é o garoto?

— Alguém novo.

— Hm, entendi. — Mas ela parecia o julgar como todos faziam.

— Não tão novo. Ele é novo na cena.

— Ah, tudo bem. — Vanessa voltou a sorrir e saiu de trás do balcão. — Eu sei exatamente o que você quer.

Então, juntos, eles passaram por mais uma porta, subiram uma escada em caracol e chegaram no segundo piso, cheio de portas com quartos particulares, alguns com janelas que permitiam ver dentro dos quartos e no fim do corredor, uma porta grande de metal negro que eles também entraram.

Realmente, aquela sala era o que Percy estava procurando. Ele sentia que se trouxesse Nico ali, o garotinho iria passar algumas horas perguntando para o que aquelas coisas penduradas na parede serviam. Também havia um balcão mais ao fundo do cômodo, onde um homem alto e loiro lia uma revista, usando um fone de ouvido.

— Ei. — Percy disse assim que se aproximou.

Apolo olhou para cima e no mesmo momento tirou o fone e se levantou, correndo em sua direção. Estava tudo bem, porque Percy estava preparado. Ele abriu os braços e deixou que Apolo o abraçasse o quanto quisesse, se esfregando nele.

— Ah, olha o nosso pequeno Dom. Tão crescido. Você tem malhado? Aposto que os garotinhos te perseguem.

Não desde que Nico tinha voltado, mas esse era outro assunto.

— Só um. Eu estava procurando algo específico.

— Eu sei exatamente o que você precisa.

— Eu não disse nada ainda.

— E nem precisa.

Apolo sorriu todo esfuziante, pegou uma cestinha de compras e começou a andar pelos corredores e prateleiras.

— Deixa eu ver. Algo discreto para o dia.

Apolo esticou a mão e pegou uma gargantilha, algo no estilo gótico. Uma tira de couro maleável e discreta com cristais pequenos a enfeitando.

— Algo para brincar.

Dessa vez Apolo pegou uma coleira rosa clara, pesada e com grandes furos, com uma plaquinha de identificação e um fecho para colocar uma guia se ele quisesse.

— Algo para mantê-lo quietinho e comportado, sim?

Finalmente Apolo pegou uma focinheira com uma bola no meio, uma venda de ceda e algemas macias.

— Pronto. Isso deve bastar.

— Eu não posso, isso é muita coisa.

— É um presente para nosso Dominador júnior!

— De verdade, eu não posso--

— Ah! Está faltando uma coisa!

— Apolo, não!

— Sim.

Antes que Percy pudesse impedi-lo, Apolo voltava com uma palmatoria. Sua superfície era toda em couro preto, feito de um material rígido, mas a ponta dela tinha um acolchoamento macio que traria dor sem deixar muitas marcas.

— Apolo!

— Vamos, é só dessa vez. Eu nunca vi você interessado em ninguém. Considere um presente de boa sorte.

— Exatamente! Eu não posso aparecer com isso. Ele vai pensar que eu--

— Ele não está errado.

Percy bufou e desistiu de discutir. Apolo era tão ridículo que isso tornava impossível contrariá-lo.

— Além do mais... — Apolo continuou, embalando os itens em uma caixa bonita. — Já que você me rejeitou, o mínimo que você pode fazer é aceitar meu presente.

— Quanto ficou? — Percy, para sua própria sanidade, decidiu ignorá-lo, e pegou a carteira.

— Você não ouviu o que eu disse? É um presente.

— Qual é! Isso vale pelo menos mil reais.

— E daí? Eu sou rico.

— Eu também sou.

— Parece que estamos em um impasse. — Apolo fez uma careta de tristeza e balançou a cabeça. — Parece que o seu garoto vai ficar muito decepcionado, então.

— Ele não sabe que eu estou aqui.

— É uma surpresa? Eu não sabia que você era um romântico. — Dessa vez, não havia nenhuma ironia na voz de Apolo. — Estou me sentindo muito solteiro agora.

Percy tinha esquecido como Apolo podia ser dramático. Ele era bonito, isso Percy não podia negar. Entretanto, beleza não era tudo na vida, mesmo que ajudasse muito.

— Vanessa! Me arruma um dom agora mesmo!

Percy se virou e lá estava Vanessa, os observando de longe como se assiste uma série de comedia.

— Eu fiz, três vezes no último mês.

— Você chama aquilo de dominação? Minha mãe é menos vanila do que aquilo.

— Por favor, me poupe. — Vanessa cruzou os braços e revirou os olhos.

— Custava me apresentar alguém alto, gostoso e com atitude? Será que é muito?

Foi a vez de Percy revirar os olhos. Ele queria dizer que essa era a primeira vez que algo parecido acontecia. Ele jurava que não estava tentando se gabar, mas... de fato, Percy pensou que esses dias de D/s tinham ficado para trás. Mas ali estava ele, pedindo ajuda para essas pessoas.

— Se comporte. — Percy se pegou falando, já irritado pela situação. O pior é que Apolo imediatamente endireitou a coluna. E ele teve que completar: — Não se atreva.

Também não seria a primeira vez que Apolo se ajoelharia sem nem perceber.

— Tão malvado.

— Olha, eu agradeço a ajuda, mas eu tenho que--

— Está tudo bem? — Apolo perguntou, agora sério. — Você disse que nunca dominaria ninguém. É sobre o garoto que te fez sofrer?

— Talvez. — Percy deu de ombros. — Não é culpa dele.

— Tudo bem. Você precisa de ajuda? Talvez uma mediação?

— Não. Eu consigo. — “Talvez”, ele queria ter dito. A verdade é que Percy não conseguia nem mesmo pensar em ter que dividir Nico com alguém ou deixar que outras pessoas assistissem. Percy não sabe se conseguiria se controlar. — Não precisa se preocupar.

— Tem certeza? A gente podia dar uma ajuda pro pobre do garoto. Ele sabe no que se meteu?

— Não precisa se preocupar. — Repetiu.

O pior era que Percy não estava mentindo. Nico sabia muito mais do que ele gostaria.

Por enquanto é isso. Até que eu gostei desse capítulo. Não sei, acho que consigo ver um amadurecimento no Percy. Pelo menos ele está tentando ser responsavel. Vou adorar saber a sua opnião ou possiveis sugestões e feedebacks. Provavelmente semana que vem estou de volta, já que eu tenho mais algumas cenas prontas.

Até proxima!


Tags
1 year ago

Nico and Percy’s dynamic in BotL is honestly the funniest fucking thing because Percy’s this emotionally exhausted 15 year old who is the sole person concerned about this feral 11 year old street urchin that wants to kill him…Chiron and the rest of the camp are just like ‘sometimes, children are homeless and they die. what can you do😔‘ and Percy’s just like ‘no???? we need to make sure he’s eating???? and that he’s not captured by an army of monsters???’ and Nico keeps trying to plot Percy’s downfall except he can’t actually come up with a plan because he’s Eleven or whatever and it’s just….remember when you were 15? remember what that felt like? now imagine being 15 and trying to wrangle an 11 year old that’s hissing and kicking your shins into brushing his teeth. imagine trying to tell this little asshole to go to bed before 10pm and he pulls out a fucking sword. how is someone supposed to handle that??? Percy surely doesn’t know! there’s a scene in BoO where Nico’s like ‘I don’t want to eat anything, but I know Percy would annoy the fuck out of me to force me to eat if he was here ugh’ sfkjsdfkj Percy literally had to CONDITION him into acting like a functioning person…and Percy’s inner monologue half the time is like ‘Yes I would kill for Nico di Angelo. Yes he is the worst person I know and I Will strangle him to death one day.’ like he doesn’t even completely like Nico as a person but everyone else is just chill with letting him run around by himself so Percy somehow ends up having to pseudo-parent this goth brat when he’s 15 and Barely Holding His Own Shit Together like….objectively an incredible dynamic lmao


Tags
1 month ago

Serviço Mandatório (Mandatory Service) [bi-lingual] #Dom!Nico #Sub!Percy #role reversal

Hi, how are you? Yes, here I am with another story. The problem is that a little accident happened and I deleted about 100 gb of data from my computer, exactly where my stories were. The good news is that I had my most recent stories saved on google drive. Did I lose some things? A lot. I've been through the anger and frustration stage and now I'm at acceptance. And since I wanted to take my mind off it, I decided to review this story. Well… it doesn't have a very elaborate plot and it's super fetishized, but it's fun. I hope you enjoy it. From now on my posts will be bi-lingual, ok? The Portuguese version is in the second part of the text.

I don't have a cover for the English version yet, but I do have a summary!

“In a world where people are divided between submissives and dominants, Nico is forced to fulfill the mandatory service, unless he wants to be arrested and collared like the thousands of submissives he sees around the city.

#Nicercy #Pernico #Percico #Dom!Nico #Sub!Percy #role reversal”

PS: I was able to make the cover. Something very simple

Serviço Mandatório (Mandatory Service) [bi-lingual] #Dom!Nico #Sub!Percy #role Reversal

Soooo.... this fanfic will be very smutt, ok? Just to let you know.

Part I

"That's right." One of the girls said to me.

"Like this?" I said and went back to sucking the man's cock, who was lying against the couch. I didn't think I was doing a good job, because all I had done so far was suck the fat head and lick whenever more pre-cum came out. It wasn't as bitter as I thought it would be and even less was a hard sore. But since the guy hadn't stopped moaning until now, I must have been doing it right.

"Now, you have to press your lips more together."

"Hmmm?" I murmured, looking for approval. I did as they asked and sealed my lips around the limb, going down just a little more so I could suck the entire head.

The guy practically threw himself off the couch, groaning as if he was in pain.

"Very good. Don't forget to hold on to the base, okay? Always be in control if you don't want them to take it away from you. Because they will take advantage of the opportunity."

I lifted my head for air and looked at them, staying true to my role as an innocent beginner.

"What's the easiest way to make them cum?"

"The testicles." Both girls said, looking at each other as they laughed." They're very sensitive, you know? A little tug can mean a lot of pain or a lot of pleasure."

"How?" I wanted to know, even though I already knew.

"Like this."

One of them, I think it was Roberta, said. She took one of her well-manicured hands to the large balls of the man in front of us, who was serving as a guinea pig, and touched him gently. She gave a slight tug and the man opened his legs wider and threw his head back, his member twitching all over, more precum slowly running down his length.

"Now, if you do that…" That's when she grabbed his balls with determination, holding them down and pulling them. The man screamed so loudly that it seemed like he was being murdered. Even so, he remained erect and excited, all obedient, panting, as if he was in a marathon.

"See? Now it's your turn."

"I don't think I can." It wasn't what a dominant should be doing, none of it was. After all, I hadn't even talked to this submissive, it wasn't right to touch something that didn't belong to me.

"Yes, you can."

"Why don't you try… kissing them?" One of them suggested.

"Kiss? Can I?" I looked at the submissive, all sprawled out in the chair looking out of breath. He was all rapid breathing and squinting, trying to keep still.

"You can do whatever you want, as long as you make it clear who's in charge."

"I'm not sure." Or maybe, I didn't want to.

"Come on, just this once. We won't make you do it again."

I looked at the man who seemed about to explode, his expression somewhere between extreme pleasure and extreme pain, making me even more uncomfortable. Because, again, this submissive wasn't mine; it was almost disrespectful. And I still didn't know if I wanted to have another sub after so long.

"Can I make him cum, then?" To get it over with? I thought annoyed.

The girls looked at each other and shrugged, Karla speaking this time:

"I think it's okay. He hasn't cum in over three months and we promised we'd let him."

"Three months?" I couldn’t believe what I was hearing. Not because it was hard to believe, but because… it seemed like things hadn’t changed at all.

"Yes, Nico. He's a masochistic submissive. He likes it and agreed to be here. Percy knew perfectly well what would happen."

"Do you think we force them to kneel at our feet? They do it of their own free will." Roberta said.

"Then, make it count. He won't cum for a lot longer than that."

"Are you sure about that? I guess I'm not the most indi--"

"Percy, tell him."

"I… please, ma'am… sir… I… I need it."

"Yes, good boy. I love to see you begging." Roberta stood up and walked towards Percy, massaging his hair like a loving mother would.

Percy, more than six feet tall and with well-build muscles, sighed and rubbed himself against the offered hand, as if it were the best gift in the world.

To me, this sounded like neediness and an abandonment complex.

"See. It's your choice, Nico. After all, you'll be taking care of him for as long as you're here. Percy is very good at following orders and adapts quickly to different people. Whether he comes today or in two months' time is your decision."

"Mine? So soon? You can't--"

"I thought you wanted to do that. And what better way to learn than by doing?"

I looked at Percy and saw that all this time he had kept his hands behind the chair, completely naked and submissive, without making a peep other than to give a moan or a plea, and without looking directly at us unless explicitly ordered. Now, Percy was looking at me with his head lowered, in a position of respect, but he was still looking at me through his eyelashes.

Was I really supposed to be there? Was I good enough to keep anyone satisfied after all this time?

"So, how is it going to be? Will he cum or not?" Was Roberta's last warning.

I took a deep breath and reached out my hands. Slowly, as slowly as I could, I touched Percy's large, swollen testicles, and began rolling them between my fingers.

I gasped in amazement and watched Percy shudder and then relax against the couch, letting out a soft moan. It had been a long time since I had approached another person for this purpose, and not even when I had a sub had I allowed myself to do this. Never. It would not be seen with good eyes if a dominant tried to please a submissive. A dominant's duty was to control and be pleased, while a submissive's was to obey and satisfy his master, without any deviation or anything in between. Now, no one had explained to me why things were like this, I only knew that for a submissive, pain was part of the package, while pleasure rarely was. At least, that was according to what I had been taught.

Just to test it out, I held his balls in one hand and pulled them down slowly, watching the expression on Percy's face change from pleasure to something… empty. I swore, instead of seeing pain there, all I saw was Percy's pure surrender.

Percy stretched out and gasped, curling his toes, but when I massaged him again as gently as before, loosening them, the most extraordinary thing happened. Percy groaned softly and long, arching his spine, his member twitching for the last time, while string after string of thick, yellowish liquid came out of the fat, reddish head, running down his toned thighs and defined abdomen.

It was so sudden that I snatched my hands away from him, jumping back. I watched Percy writhe around, grunting and sniffling, tears welling in his swollen eyes until finally the member in question stilled and fell still, still fully erect, against Percy's abdomen.

"Oh, magnificent!" Roberta exclaimed, satisfied, clapping her hands. "You just ruined an orgasm. How do you feel?"

The strange thing was that Roberta asked me this and not Percy, who was still moaning softly, his member throbbing again, right in front of us.

"How do I feel? Shouldn't it be Percy--"

"Don't worry about it." Roberta said, smiling sweetly.

"But he's still hard!"

"Oh, it's just a small detail." Roberta said and Carla agreed."Now that he's had his orgasm, back to the cage."

"Cage? You mean…" That torture instrument? I meant to say to her.

"Chas-ti-ty." Carla said, spelling it out. "He’s the most obedient when he’s denied. You won’t have any problems with him. Unless you want to have some fun. Just don’t let him cum too often."

I crossed my arms and looked at them. Roberta and Carla were watching Percy with affectionate looks. Then I looked at Percy who had his eyes closed, already calming down, looking tired and… satisfied? No, the best description was content. Yes, frustratingly content.

"Thank you, ladies, sir."

“Good boy,” Roberta said. She walked around the room and stopped next to Percy again, stroking his hair as she turned to me. “You know, he’s a very lonely man. Most of the time, all he needs is some affection and a little attention. When things start to get too frustrating, a spanking or a scene will do the trick. Once or twice a month, a good fuck is essential.”

"How? And why?" I had to ask.

"Percy comes to us to… release this aggression he has. It's cathartic for him. Sometimes you're going to have to be firm and strict. The more he fights, the firmer you're going to have to be. But that's only going to happen if you don't give him what he needs."

"How could I know that? It's ridiculous!"

"He is a vocal person. If he needs something, he will ask you. It can be with gestures or words, it is very difficult not to understand. If you have any questions, you can come to us."

"Are you sure I'm the best person for this?"

"Yes. You are gentle, but firm when necessary. The authority Percy needs."

"And why not one of you two?"

"We already have our toys. We were just teaching him until we found the perfect one."

"Am I that person?"

"We didn't choose you, although we think you're a good match."

"Percy chose." Carla finished Roberta's speech.

"Percy choose?"

I had to look at Percy slouching against the chair after that. He was now flushing all over, looking anywhere but at me.

"Hmm." I murmured, maybe starting to get interested. "I guess that's okay. I just…"

"You…?"

"I don't promise anything. I'll try, but if it doesn't work out… don't blame me."

"No one will do that. Here, we are a family. It may not seem like it, but we are."

"I know. I didn't mean to offend you."

"You don't offend." Carla said.

"Well, then. Welcome to our family. This is the key to your house. Make yourself comfortable and then tell us what you think. Percy is already settled in, so if there are any problems, contact us, okay?"

Tired of arguing, I nodded and accepted the leash that was attached to Percy's leash. It was made of leather, a thin, black strip that connected to the collar Percy wore, an equally heavy black leather collar, that wrapped around Percy's neck just like hands would, keeping him in place like a dog with a muzzle.

So we both stood up, me from the super soft cushion, and Percy from the leather couch. But when I stood up, I wasn't prepared for what happened. Percy, the one who was supposed to be the soft and vulnerable submissive, stood up with me, easily over four inches taller than me. The funny thing is, I didn't feel smaller than him, and if I wasn't seeing myself, Percy could have been the smallest of them all judging by his attitude. Percy was hunched over a little, had his hands behind his back and kept his head down, looking straight ahead like he wanted to hide, even though hunching over the way he was doing, Percy stull was easily the tallest person in the room.

"Thanks, I guess."

I tried to smile and tugged lightly on Percy's leash. He was, of course, always a step behind me, but close enough, almost burying his face in my neck and leaning over me. I didn't know why, but I had the feeling that all this closeness wasn't necessary. I sighed and looked back, catching Percy staring at me.

I stopped in my tracks and continued to stare at him until he realized what he was doing and lowered his head, looking embarrassed.

"I'm sorry, Master."

"Sure.

I looked at him for a few more seconds and turned around, continuing on our way. If I wanted to get out of this without having to serve some sentence or become a submissive myself, I would have to make it work. It was all the fault of those ridiculous laws that said that either I was a dom or I was a sub, and that if by the age of twenty-one I didn't decide for myself, the government would decide for me.

That's what happens when you have no interest in sex. Now I would have to make up for all the lost time. If I completed at least one year of "Mandatory Services", I would be free to live as I pleased. Because I fought until I could no longer, I would have to live monitored and always watched until all this was over.

Part II

I wasn't sure what to do, so I grabbed my things from the administration building and followed the guard who led us to house number 43. The guard saluted and walked away, quickly moving away from us. Strange. I looked at the door, and remembered the key that had been given to me. I took it out of my pocket and inserted it into the electronic lock. It was actually a card. All I had to do was tap the card and give my fingerprint, and voila! A low beep sounded, the door unlocked and opened automatically for us.

I still couldn't believe it, everything was so strange and so tidy… I put my head inside the house and wanted to leave. This wasn't my house, it wasn't my home--

"Sir?"

Me? Was I the Sir?

I looked at Percy and saw that the giant man was still waiting with me outside the house, two steps away from me.

At least he learned quickly.

"Why didn't you come in?" I felt the need to ask.

"Because… you didn’t come in either."

What? Did that mean I had to go in first? It reminded me of Maria and Hades… memories that were better left in the past.

"Come in, Percy." I said instead.

And only when I said that did Percy sigh in relief and come in, carrying my bags with him.

Strange.

I went into the house with him and walked to the living room, making him stop with me. Percy kept looking at me, still holding the bags and waiting for something, and only then did I realize that I was still holding his leash, that in fact I was holding it tightly, forcing him to stay close.

"Could you please put my things in the bedroom?" I let go of his leash and watched it fall from my hand, it seeming to move in slow motion until it hit Percy's bare chest and the tip rested on his abdomen, contrasting beautifully with his tanned skin, without a single mark on his entire sculpted body.

My gaze stayed there for a moment, taking in the perfection that he was when I heard a throat clear.

"Is that an order or a question?" I heard Percy say.

I looked at Percy, feeling a smile trying to appear for the first time since I got here, but Percy didn't look well at all. He had gone pale and was staring at the ground, trying to shrink himself.

"I'm sorry, sir."

"Nothing to be sorry. And don't call me sir."

"What should I call you?"

"Nico or Niccolas. Whatever you want."

"I shouldn't. It's not appropriate."

I thought about it and started walking around the room, forcing myself to get used to the idea of living there and having a submissive again.

"How about you call me Nico when it's just the two of us? And call me whatever's appropriate when we're in public?"

"Yes, sir." When I frowned, Percy finished."Yes, Nico."

Then, Percy turned around, walked out of the room and when he reappeared, he had an object in one hand and a pot in the other.

"Si-- Nico, I… I brought this."

Percy placed the things on the coffee table and I approached, analyzing the objects.

Was that…? No! But it was! A chastity belt, the cage Roberta had told me about. When the girls mentioned it I thought they were joking, it wouldn't be the first time they had done that to me. But there it was, a solid iron object in a light and silver color, looking quite heavy.

I walked over to Percy and touched his shoulder, trying to comfort him.

"You don't have to do this. I won't tell them." I said in the gentlest tone I could.

"I… I want to. Could you…"

I blinked, trying to make sure what I saw was real and, yes, Percy spread his legs wide, offered the object to me and lowered his head, obedient and submissive, practically begging. I still remembered what they had said, Percy would ask for what he needed and it was up to me to grant his wishes.

"Is that what you want?"

Percy nodded, but I still didn't know how to do it. I didn't even know if I wanted to.

"Should I…?"

"Yes."

"How will it fit?"

Because, in fact, the cage was very small, at most two to three centimeters of space. I don't know how that was possible. Or comfortable.

"Do you want to show me?" And when Percy made a face, I added: "Just this time."

You see, things were complicated. Percy was still half-erect and all that stuff certainly wouldn't fit in such a narrow space. Like, it was really big, bigger than mine, I could tell.

I watched Percy sit on the couch, spread his legs wide and fit the first part of the object over his testicles. He fastened them properly, took the second part of the iron, fitted it over the head of his member and pushed it down. I could only suffer in silence watching Percy shift uncomfortably, trying to make something so big fit into something so small.

"Nico, could you get it for me?"

Percy pointed to the pot and when I got closer I saw that it was ice. A lot of ice, some already melted and others quite whole. I took the pot to Percy, already fearing the worst, when I heard:

"Can you pass it on to me?

Yes, he didn't say "pass to me" but rather "pass on me".

Gods, I was going straight to hell. But trying to be a good dom, I crouched down between his spread legs and picked up a piece of ice. I brought it to the base of Percy's cock and began to gently slide the ice around there.

"Like this?"

"Harder… oh!… harder… please?" Percy moaned, begging, panting fast.

I did it, grabbed more ice and pressed harder, going up to where the cage wouldn't reach when I heard a little stinging moan. The cage fit in and went all the way down, Percy's cock softening, now confined within those measly three inches. It was indeed more than a tight fit.

"Are you okay, darling?" I couldn't help myself, stroking his legs, trying to calm him down.

“Yes,” Percy replied quietly, his cheeks flushed. “I need to put the padlock on the lock.”

I looked around and saw that there was indeed a tiny padlock on the table next to a key. I reached over and picked it up, walking back to Percy, fitting the padlock into the lock and securing it.

"Like this?" I asked again.

"Yes. Yes." Percy repeated breathlessly, slumped against the couch, still completely exposed, feeling like not to care that I kept looking at him.

"And the key?"

"I want you to hold it for me."

"What do you need? You know I'm new to this, don't you? You have to tell me, no matter what it is."

But as I said this, my hands went to Percy's cage. I felt like I was in an amusement park, wanting to try out all the toys at once. And I was definitely starting to understand what the girls meant by "having your own toys." I didn't remember having a submissive being this much fun.

I slid my hands down Percy's legs, watching his soft gasp and his muscles tremble, and touched those still swollen balls, looking very needy. I massaged them carefully and heard a high-pitched moan coming from Percy.

"Does it hurt a lot?"

"Hmmhm." Percy shook his head, even though his expression was somewhere in between pain and pleasure, even though he tried to hide his face.

"Percy, do you want me to stop? With words, please."

"No, ah! No, Sir."

The funny thing was that I couldn't understand how someone of that stature and strength could enjoy something like that, so… constricting, or should I say, liberating? Because as I continued my exploration of his balls, playing with them and moving them, Percy spread his legs wider and threw his head back as if he was cumming; I squeezed a little more and a liquid began to come out of the reddish head, through the metal.

Was Percy cumming? And how was that possible? No, that should be the only way to show he was aroused and since there was no way to get an erection, his fluids just… overflowed, right?

I definitely didn't remember doing that with my old submissive.

"Are you okay?" I asked when Percy moved his waist, moaning softly.

"Yes, Sir."

Just to test it out, I got tired of crouching down and knelt between his legs. I looked at Percy's almost closed eyes and opened my mouth, bringing my head between his legs. I held onto his legs and licked the swollen tip along the cage, slowly and deliciously, without worrying about anything other than his moans. I must say it wasn't much skin to touch, but it was enough to taste Percy and make him scream. I decided it was enough when Percy arched his spine and grabbed his hair, gasping. Not that I wasn't having fun, but it was getting late and I was responsible enough to understand when I saw someone reaching their limit. Or maybe it was me who was reaching mine.

I stood up, watching Percy sprawled against the couch, but I only moved when I saw that he was breathing normally. I stroked Percy's hair, since that seemed to calm him down, and picked up the bowl of ice that now only had melted water in it. I left the room and started walking around the house. I saw a bathroom, some empty rooms until at the end of the hallway I found the kitchen. I poured the water in the sink, got a glass of water, and went back the way I had come.

When I entered the room again, Percy was still there. His eyes were closed, his legs on the couch as he gripped them, the anxiety in Percy's movements quite obvious. I saw no other choice, I placed the glass on the coffee table, sat down next to Percy on the couch and touched his shoulders, making Percy jump, startled.

"It's okay. What happened?"

"Nico?"

Of course."

"Oh." Percy said, looking even more surprised, taking his face off his legs and looking at me closely, his face lighting up when he saw me.

"You thought I was gone? Where would I go?"

"To give me back. It wouldn't be the first time."

Wow… something was very wrong here. Who would give Percy back? He was so handsome and strong and hot… prejudiced people, that's what they were.

"It's okay. Let's go to the bedroom. Show me the way?

Percy nodded and stood up.

With his legs still wobbly, Percy leaned on me and we both went upstairs to the our room.

"How do you feel? Does it hurt a lot?" I thought I had asked for the tenth time.

I couldn't help it. I knew Percy was fine, now warmly dressed and covered up to his neck, but still, I couldn't help it. It must have been my guilt for treating him like that, like a… like an object. There, I said it. I just wished Percy would say something more than "yes, sir" and "more", like now, for example.

"Words, please."

Percy settled himself more comfortably in the bed, on the side he was lying on, and turned to me, his eyes almost closed, content. He pulled the covers up higher and continued to look at me without saying a word.

"Percy."

"Yes, Nico."

See? “Yes.” That was all he would say to me.

With his eyes blinking slowly and hands under the blankets, Percy just let himself be lulled into tranquility as he stared at me.

"Aren't you going to talk to me?"

When Percy didn't say anything, I sighed. I gave up trying and turned to take off my shoes and dirty clothes.

"Hearing your voice makes me feel better. Safe."

I felt hands on the middle of my back and turned to see what was happening. It was Percy, of course, hugging me from behind.

"I already said I'm not going anywhere."

"Then…"

"I need to take off my clothes."

Percy let go of me like he was being burned and I missed him immediately.

"I don't care. You can touch me. I just need…"

I got up before another accident happened. I took off all my clothes, got under the covers and opened my arms:

"Do you mind? I like sleeping like this."

Percy shook his head and practically threw himself into my arms, wrapping his long, muscular arms around my waist and resting his head on my shoulder, in the hollow of my neck.

"Thank you, Nico."

"The pleasure is all mine." I said, relaxing against the bed frame.

Part III

That day had been very long indeed. First, I was late for work, and then two officers from the Human Affairs Bureau showed up. They were even prepared with handcuffs and everything, in case I decided to resist. The most shocking thing was when they asked for my address and told me that I needed to pack my bags.

“Take whatever you can,” one of them said.

“Your boss already knows you’ll be away for a week.” The other one added.

That was all they told me until we got to the government facility that managed the younger, more troubled couples. In the past, the excuse they had given was that because of the internet, people had stopped socializing and this was a necessary measure for those who had trouble finding a partner. It was true that the birth rate and lasting marriages had gone up and everything, and the death and aggression rate, both in men and women, had gone down, but deep down, everyone knew that this was just another way to control and make sure everyone did their part to keep the species going.

As soon as I got out of the car, a very large sign in capital letters could be seen: “Institute of Human Affairs”. It looked more like a brothel, a very sterile and fancy one, but that’s what it was.

Right at the door, two women greeted me with smiles and hurried gestures, asking me to follow them. For the first time in my life, I did what they asked, hoping that if I obeyed, everything would end as quickly as possible.

We went through the administration of the place and then they took me through a hall so long I thought it would never end.

They stopped in front of a door and turned to me.

"I'm sorry for the rush. Right now, we have a lot of residents and we have to figure this out really quickly. We'll explain everything later, but for now, we need you to choose someone, the person who catches your attention the most, okay? Don't worry if it doesn't work out, we have time to change if necessary."

"Exchange what?" Was all I could say before one of them dragged me into the room, while the other stayed outside, waiting.

I entered the room and saw that there were five people inside. Three women and two men, all naked, sitting in comfortable chairs while some of them talked among themselves.

"Ladies and gentlemen, we have a visitor."

As soon as they heard what the woman said, they stood up and stood tall with their spines straight, chests puffed out and hands behind their backs, keeping their feet apart.

"Very well." The woman said, clapping her hands. "What are you waiting for, inspect your submissives."

"Me?" I said, pointing to myself.

“You expect me to choose for you?” She giggled and began to pace the room. “How about Katt, here? She can make your wildest fantasies come true.”

I crossed my arms and turned my head to the wall, refusing to participate in this.

"No? Then one of the boys. Luke is a good choice. You'll never get bored with him."

I turned towards her to tell her that this was ridiculous when I saw who she was referring to, the man was as tall as me and his eyes sparkled, which meant that the woman was right in her predictions.

"I don't want anyone. Why don't you send me home and sort this all out with someone else, okay?"

"Unfortunately, that's not possible. Either you choose one of them and follow our orders, or something worse could happen. You don't want that to happen, do you?"

"Do I really need it?"

"Yes, I'm afraid so."

"Okay. Then…" I turned to the available options and analyzed each one of them. I wouldn't go near a woman even if they paid me, that simply wasn't my thing, and what was left were the two men; one was Luke, who smiled at me, promising nights of intense pleasure. Then, I turned to the other man, who was practically hiding on the far side of the room, looking like he wanted to disappear from there.

I walked down the row of people and stopped in front of him. The man was looking down and had such a sad expression that I felt the urge to hug him. And when I say man, I mean it. While the other people in the room couldn't have been more than twenty or twenty-two years old, this one must have been at least thirty. I felt like I shouldn't be so impulsive, but when I least expected it, I grabbed his chin, trying to make him look at me. There, I discovered the most beautiful and deep blue-green eyes I had ever seen.

"I want him." I said, without thinking. The man just blinked slowly and frowned, not saying a word or struggling against my grip.

"Very good, a great choice. Percy will fit you perfectly." The woman then turned to the room and announced:" You are all free. Sorry, guys."

People murmured in annoyance, but obeyed. They left one by one until only she, Percy and I were left. The rest, you already know, I “learned” the basics about sex, contraceptives and other things. And in fact, I never thought that being responsible for someone could be so… interesting. It wasn’t a burden, as I thought it would be, and it wasn’t tiring and annoying, as I thought it would feel; it was like opening my eyes to a new world, a world that I thought I had forgotten the rules of, but that I was willing to rediscover.

"What do you want to know?" I heard Percy speaking softly, against the skin of my neck, when I thought Percy had already fallen asleep.

"Hmm… I want to know everything.

"That's not a question."

"Okay then, smarty pants. Your favorite color?"

“Favorite color?” Percy asked, his voice taking on a cheerful tone.

"Yes, what's the problem?"

“Blue,” he said, sighing. “All shades of blue.”

"Just blue?"

"Just blue."

"Favorite food?"

"I don't have one."

"Come on, tell me something."

"I… when I was little, on my birthday… my mother used to make everything blue. Sweets, pie, cake. Even the soda was blue."

“So your favorite food is blue?” I wanted to laugh at the absurdity of it. But it was cute and sweet, just like Percy."

"Favorite band?"

"I don't know, I like a lot of them. I just… collect music."

"Who do you admire most?"

“My mother.” This time, Percy didn’t hesitate to admit it. “She was the strongest person in the whole world. When my father disappeared, she did the best she could.”

"Was it difficult?"

"Hmmhm." Percy murmured, snuggling closer to him. "For a while it was, I did what I could to help her."

"What happened?"

"She died before I could give her what she should have had."

"And now?"

"Now? I have my own business, I am the CEO of a company that provides investment services. J&C association and administration."

And I'm still trying to get out of college!

I stroked Percy's hair and kissed his cheek.

"That's very good. She must be proud, no matter where she is."

"I just wish she were here."

“Me too.” I replied when Percy fell silent, reminding me of my mother, who was still very much alive. I would like to say that my story was as traumatic as Percy’s, but that would be a big lie. I decided to keep quiet too and continue playing with Percy’s hair until sleep came to both of us.

"Can you pass me the flour?" I heard Percy say in his low, husky voice.

We were in the kitchen, baking chocolate chip cookies, while the food was spread out on the table. Percy stirred the mixture and I watched his firm, determined movements, occasionally throwing an ingredient into the dough. I was sitting and he was standing, practically ignoring me, and yet, I couldn't tell which was sweeter—the cookies, aromatic and sweet, or him, looking so competent and handsome in his dark blue apron.

“Beautiful,” was what I wanted to say to Percy when I found him in the kitchen that morning.

For a moment when I woke up, I opened my eyes and didn't recognize where I was. I looked around, looking for my bedside clock, only finding my cell phone, which was dead. I investigated the rest of the room and remembered, I wasn't at home, I was in a government institution serving a type of non-punitive sentence. However, what really made me get out of bed was the smell of food. Of coffee and something sweet, something that reminded me of better days, of childhood, of my sisters and our home in Italy.

When I came downstairs, I was treated to the best of sights. Percy was shirtless and barefoot, standing in front of the stove, stirring something in a giant frying pan while humming to himself. Percy tasted the food with a small spoon and turned off the heat, then turned to the counter, already mixing something in a large transparent dish.

"Hmm… what a nice smell." I came up behind him and put my hands on his waist, resting my head under his neck, giving him a little kiss there. Well, maybe more than one.

Percy groaned, tensing, and stopped what he was doing until I released him and I walked around the counter, stopping in front of him.

There it was, that lovely blush on his face, Percy's eyes fixed on the platter.

"Do you want cookies? They shouldn't be long."

"I didn't mean to invade your space."

"You didn't."

"So, why don't you look me in the eyes?"

Percy stopped stirring the dough and lifted his head, looking at me, looking embarrassed.

"I'm not used to this."

"To what?" I wanted to know.

"That, someone's approaching me of their own free will. That… unpretentious affection."

How was I supposed to understand this? That Percy didn't let other people get close, or that other people didn't want to get close to him?

"What does that mean?

“When people look at me,” Percy said, turning his attention back to the cookies. “…they expect me to act a certain way.”

"How?"

Percy shrugs and pours some milk into the mixture.

"How do they expect you to act, Percy?"

"Well… I'm tall and muscular, I know. They expect me to want to have sex with them, when in reality I want them to have sex with me."

Hmmm… that wouldn't be a problem with me. But that's not what I said.

"I am really sorry."

“It’s okay.” Percy shrugged again. “I understand why they think that.”

However, Percy had such a sad look in his eyes… his spine was also hunched, as if he was trying to protect himself, which told me that this had happened more often than Percy let on.

"I think we should talk." I said, changing the subject.

"Talk?"

"Yes."

Percy seemed to deflate even more. Anyway, he nodded, poured the cookie dough onto a baking sheet, put it in the oven, and followed me out of the kitchen.

"Sit down, Percy. I don't bite." I laughed at my own joke, even though Percy trailed behind me, discouraged.

I watched Percy sit on a couch across from me, about ten feet away, and sighed. I didn't understand what all the fuss was about. So I got up, walked around the living room, and sat down next to him, holding his shaking hands.

"Relax, no one is leaving here. I want to talk about limits."

“Limits?” Percy exclaimed in surprise, as if the notion of such a word had never crossed his mind.

"Yes, limits. What is allowed and what is not. Your tastes and how you want to be treated. How you don't want to be treated."

“How do I want to be treated?” I saw Percy cross his arms over his chest and lean back, as if the question offended him.

"Yes." I said. "Do you know the concept of consensuality?"

"Who doesn't know? What does this have to do with us?"

I almost smiled. It was nice to know that Percy could do more than just follow orders. Because, I had to admit, I didn't know if I could live with someone who couldn't have a shred of self-respect or understand the difference between right and wrong.

"I want you to tell me what you like."

“You’re not supposed to know about th-” Percy stopped mid-sentence, his eyes widening. “I… I didn’t mean it like that.”

"Yes, you did." I smiled at him, feeling the guilt lift from my shoulders with each word. "How do you like it? Like this?"

I held his hands and stroked them slowly, watching his reaction. A small gasp escaped his lips.

"Or like this?" I approached and grabbed him by the neck, holding onto his collar. I pulled his hair back and kissed him, making him lean all the way towards me.

When I released him, Percy let out such a delicious little moan, panting so sweetly, that I couldn't resist and kissed him again, biting his lower lip and sticking my tongue in his mouth until he melted completely.

"Do you really like pain?"

Percy didn't respond and I pulled his hair again, eliciting a broken moan from him: "Ye-es!"

"Humiliation? Being dominated?"

"Yes!"

This time, I didn't even need to get an answer out of him. Percy was breathing so fast and rubbing his thighs together so impatiently that it was hard not to understand.

"Active or passive?"

"Passive? Active? Both?" Percy said, panting, all confused, holding onto my shoulders, his eyes wide open, looking at me head on for the first time, even though there was no intention of confrontation.

"You'll have to be patient with me."

"Patient?" He tilted his head to the side, trying to understand.

"I'm a virgin."

Well, that was almost it.

It wasn't true, but I wanted to see the reaction on his face. Well… it had been so long since I done it that I felt like one. And Percy didn't disappoint me, the expression of surprise came first, then curiosity. Percy looked down, towards my waist, and bit his lip, looking very interested.

"Will you teach me, Percy? How do you like to be touched? How do you want to touch me?"

Percy just nodded, looking uncertain.

"Let's learn together, okay? I don't want you to feel uncomfortable."

That seemed to reassure Percy. I kissed him once more on the lips and slowly released him.

"Why don't you finish the cookies while we eat? Roberta is waiting for us."

Percy waved excitedly and stood up, but before he walked away, he planted a wet kiss on my cheek and fled to the kitchen. I followed in his shadow, and sat down in the same place as before. He served us and after a few minutes, the cookies were ready. With both of us already dressed and ready for another session with Roberta and Carla, I held Percy's hand and smiled at him. I just needed to remember to ask them for some tips and, if possible, read Percy's profile. I knew they would have all the information we would need if I wanted this to work.

So, what did you think? I was thinking of turning this one into an original too, but… despite the theme, it gives me such a feeling of immaturity! It also seems a bit rushed. Yet, besides the fact that it makes me feel a bit ashamed because of the fetishization, I like it. It's different from what I would write nowadays. It was written in 2020! I feel older and older by the minute. As always, it's incomplete, but it's around 80,000 words long. Maybe I'll finish it at some point. For now, I'll put it up here. It's also on AO3 and SpiritFanfic.

You would like to see more of this story? Please go to page's bottom and a answer quick question, ok?

***************************************************************

Oii, como vai? Sim, aqui estou eu vindo com mais uma história. O problema é que aconteceu um pequeno acidente, sem querer excluí uns 100 giga de informação do meu computador, exatamente onde minhas histórias estavam. A boa noticia é que eu tinha minhas histórias mais atuais salvas no google drive. Eu perdi algumas coisas? Muitasss. Já passei pelo estagio da raiva e frustração e agora estou na aceitação. E como eu queria tirar minha mente disso, decidi rever essa história. Bem… ela não tem um plot bem elaborado e é super fetichizada, mas é divertida. Espero que vocês gostem. A partir de agora meus posts serão bi lingues, ok? A primeira parte desse texto contem a versão em inglês.

Serviço Mandatório (Mandatory Service) [bi-lingual] #Dom!Nico #Sub!Percy #role Reversal

Sumário!

"Em um mundo onde pessoas são dividas entre submissos e dominadores, Nico é obrigado a cumprir o serviço mandatório, a não ser que ele queira ser preso e encoleirado feito os milhares de submissos que ele vê pela cidade.

#Nicercy #Pernico #Percico #Dom!Nico #Sub!Percy #reversão de papéis."

Parte I - O início

— Assim mesmo. — Uma das garotas disse para mim.

— Assim? — Eu disse e voltei chupar o membro do homem deitado contra o sofá. Eu não achava que estivesse fazendo um bom trabalho, porque tudo o que fiz até agora foi chupar a cabeça gorda e lamber sempre que mais pré-gozo saia. Não era tão amargo como eu pensava que seria e muito menos tão difícil assim. Mas como o cara não tinha parado de gemer até agora, eu deveria estar fazendo certo.

— Agora, você tem que apertar mais os lábios.

— Hmmm? — Murmurei, procurando por aprovação. Fiz o que elas me pediam e selei meus lábios em volta do membro, descendo só um pouco mais para poder chupar a cabeça inteira.

O cara praticamente se jogou para fora do sofá, gemendo como se doesse.

— Muito bom. Não se esqueça de segurar na base, ok? Sempre esteja no controle se não quiser que eles o tirem de você. Porque eles vão aproveitar a oportunidade.

Levantei minha cabeça para tomar ar e olhei para elas, me mantendo fiel ao meu papel de principiante inocente.

— Qual a forma mais fácil de fazer eles gozarem?

— Os testículos. — Ambas as garotas disseram, se entreolhando enquanto riam. — Eles são muito sensíveis, sabe? Um pequeno puxão pode significar muita dor ou muito prazer.

— Como? — Eu quis saber, mesmo que eu já soubesse.

— Assim.

Uma delas, acho que Roberta, disse. Ela levou uma de suas mãos bem feitas até as grandes bolas do homem à nossa frente servindo de cobaia, e o tocou suavemente. Ela deu uma leve puxadinha e o homem abriu mais as pernas e jogou a cabeça para trás, seu membro se contorcendo todo, mais pregozo escorrendo lentamente pela extensão.

— Agora, se você fizer isso… — Foi quando ela segurou nas bolas com vontade, as prendendo para baixo e as puxou. O homem gritou tão alto que parecia que ele estava sendo assassinado. Mesmo assim, ele continuou ereto e excitado, todo obediente, arfando, como se estivesse em uma maratona.

— Viu? Agora é sua vez.

— Não acho que eu possa. — Não era o que um dominador devia estar fazendo, nada daquilo era. Afinal, eu nem tinha conversado com esse submisso, não era certo tocar em algo que não me pertencia.

— Você pode, sim.

— Porque você não tenta... beijá-las? — Uma delas sugeriu.

— Beijar? Eu posso? — Olhei para o submisso, todo estatelado na cadeira parecendo estar fora do ar. Ele era todo respiração rápida e olhos bem apertados, tentando se manter quieto. 

— Você pode fazer o que quiser, contanto que você deixe claro quem é que manda.

— Eu não tenho certeza. — Ou talvez, eu não quisesse.

— Vamos, só dessa vez. Não vamos te obrigar de novo.

Olhei para o homem que parecia a ponto de explodir, sua expressão entre o extremo prazer e a extrema dor, me deixando ainda mais incomodado. Porque, de novo, esse submisso não era meu; era quase uma falta de respeito. E eu ainda não sabia se queria ter outro submisso depois de tanto tempo.

— Eu posso fazer ele gozar, então? — Para acabar logo com isso? Pensei irritado.

As garotas se entreolharam e deram de ombros, Karla falando dessa vez:

— Acho que tudo bem. Ele não goza há mais de três meses e nós prometemos que deixaríamos.

— Três meses? — Eu não podia acreditar no que ouvia. Não porque fosse difícil acreditar e sim porque… parecia que as coisas não tinham mudado nada.

— Sim, Nico. Ele é um submisso masoquista. Ele gosta e concordou em estar aqui. Percy sabia perfeitamente o que iria acontecer.

— Você acha que obrigamos eles a se ajoelhar a nossos pés? Eles fazem por vontade própria. — Roberta falou.

— Então, capriche. Ele não vai gozar durante um tempo bem mais longo do que isso.

— Você tem certeza disso? Acho que eu não sou o mais indi--

— Percy, diga a ele.

— Eu... por favor, senhora... senhor... eu... eu preciso.

— Sim, bom garoto. Adoro te ver implorando. — Roberta se levantou e foi em direção a Percy, massageando seus cabelos como uma mãe amorosa faria.

Percy, com quase dois metros de altura e músculos bem trabalhados, suspirou e se esfregou na mão oferecida, como se fosse o melhor presente do mundo.

Para mim, isso parecia carência e complexo de abandono. 

— Viu. É sua escolha, Nico. Afinal, você vai cuidar dele pelo tempo em que estiver aqui. Percy lida muito bem em seguir ordens e se adequá rápido a pessoas diferentes. Se ele goza hoje ou daqui a dois meses, é sua decisão.

— Minha? Tão cedo? Você não pode--

— Eu pensei que você quisesse fazer isso. E qual o melhor jeito de aprender do que a prática?

Olho para Percy e vejo que durante todo esse tempo ele manteve as próprias mãos atrás da cadeira, completamente pelado e submisso, sem dar um piu que não fosse para dar um gemido ou uma súplica, e sem olhar diretamente para nós se não fosse explicitamente ordenado. Agora, Percy olhava para mim de cabeça baixa, numa posição de respeito, mas ainda olhava para mim entre os cílios.

Será mesmo que eu devia estar ali? Será que eu era bom o suficiente para manter alguém satisfeito depois de tanto tempo?

— Então, como vai ser? Ele goza ou não? — Foi o último aviso de Roberta.

Respirei fundo e estendi as mãos. Devagar, o mais devagar que pude, toquei nos grandes e inchados testículos de Percy, e comecei a rolá-los entre os dedos.

Arfei, maravilhado, e observei Percy estremecer todo e depois relaxar contra o sofá, soltando um gemidinho manhoso. Fazia muito tempo que eu não me aproximava de outra pessoa com essa finalidade, sendo que nem quando tive um submisso me permitia esse tipo de gesto. Nunca. Não seria visto com bons olhos se um dominador tentasse dar prazer a um submisso. O dever de um dominador era controlar e ser agradado, enquanto o de um submisso era de obedecer e satisfazer seu mestre, sem nenhum desvio ou nada no meio. Agora, porque as coisas eram assim, ninguém tinha me explicado, eu só sabia que para um submisso, a dor fazia parte do pacote, já o prazer, raramente. Pelo menos, era de acordo com o que tinham me ensinado.  

Só para testar, segurei as bolas em uma mão e as puxei para baixo, devagar, vendo a expressão no rosto de Percy mudar de prazer para algo… vazio. Eu jurava, ao invés de ver dor ali, tudo o que vi foi a pura entrega de Percy. 

Percy se esticou todo e arfou, curvando os dedos do pé, entretanto, quando voltei a massageá-lo tão suavemente quanto antes, as afrouxando, a coisa mais extraordinária aconteceu. Percy gemeu baixinho e longamente, curvando a coluna, seu membro estremeceu pela última vez, enquanto que fio atrás de fio de um líquido grosso e amarelado saiu da cabeça gorda e avermelhada, escorrendo pelas coxas torneadas e abdômen definido.

Foi tão repentino que tirei minhas mãos dele, dando um pulo para trás. Observei Percy se remexer todo, grunhindo e fungando, lágrimas saindo de seus olhos inchados até que finalmente o membro em questão se acalmou e caiu ainda completamente ereto contra o abdômen de Percy.

— Oh, magnífico! — Roberta exclamou, satisfeita, batendo palmas. — Você acaba de arruinar um orgasmo. Como você se sente?

O estranho era que Roberta perguntava isso para mim e não para Percy que ainda gemia baixinho, seu membro voltando a pulsar, bem na nossa frente.

— Como eu me sinto? Não deveria ser Percy--

— Não se preocupe com isso. — Roberta disse, sorrindo docemente.

— Mas ele ainda está duro!

— Ah, é só um pequeno detalhe. — Roberta disse e Carla concordou. — Agora que ele teve seu orgasmo, de volta para a gaiola.

— Gaiola? Você quer dizer… — Aquele instrumento de tortura? Eu quis dizer a ela.

— Cas-ti-da-de. — Carla disse, soletrando. — Ele é o mais obediente quando é negado. Você não terá nenhum problema com ele. A não ser que você queira ter alguma diversão. É só não deixar ele gozar com muita frequência.

Cruzei os braços e olhei para elas. Roberta e Carla observavam Percy com olhares afetuosos. Depois olhei para Percy que tinha os olhos fechados, já se acalmando, parecendo cansado e... satisfeito? Não, o que melhor o descrevia era contente. Isso, frustrantemente contente.

— Obrigado, senhoras, senhor.

— Bom garoto. — Roberta disse. Ela deu a volta na sala e parou mais uma vez ao lado de Percy, acariciando os cabelos dele, enquanto se virava para mim. — Sabe, ele é um homem muito solitário. Na maior parte do tempo tudo o que ele precisa é de um carinho e um pouco de atenção. Quando as coisas começarem a ficar muito frustrantes, uma palmatória ou uma cena já dá contra. Uma ou duas vezes por mês, uma boa transada é essencial.

— Como? E porquê? — Tive que perguntar.

— Percy vem até nós para... descarregar essa agressividade que ele tem. É catártico para ele. Às vezes, você vai precisar ser firme e rígido. Quanto mais ele lutar, mais firme você vai ter que ser. Mas isso só vai acontecer se você não der o que ele precisa.

— Como eu poderia saber disso? É ridículo!

— Ele é uma pessoa vocal. Se ele precisar de alguma coisa, ele vai te pedir. Pode ser com gestos ou palavras, é bem difícil não entender. Qualquer dúvida você pode vir até nós.

— Você tem certeza que sou a pessoa mais indicada para isso?

— Sim. Você é suave, mas firme quando necessário. A autoridade que Percy precisa.

— E porquê não uma de vocês duas?

— Nós já temos nossos brinquedinhos. Só estávamos ensinando ele até que achássemos a pessoa perfeita.

— Eu sou essa pessoa?

— Não fomos nós que escolhemos, apesar de acharmos que vocês são um bom par.

— Percy escolheu. — Carla terminou a fala de Roberta.

— Percy escolheu?

Tive que olhar para Percy relaxado contra a poltrona depois disso. Ele agora tinha o rosto todo corado, olhando para qualquer lugar que não fosse para mim.

— Hmm. — Murmurei, talvez começando a me interessar. — Acho que tudo bem. Eu só...

— Você…?

— Não prometo nada. Vou tentar, mas se não der certo… não me culpem.

— Ninguém vai fazer isso. Aqui, nós somos uma família. Pode não parecer, mas nós somos.

— Eu sei. Não quis ofender.

— Você não ofende. — Carla disse.

— Pois, bem. Seja bem-vindo oficialmente a nossa família. A chave da sua casa é essa. Se acomode e depois nos diga o que você achou. Percy já está instalado, então se houver algum problema nos contate, ok?

Cansado de discutir, concordei e aceitei a guia que era ligada à correia de Percy. Ela era feita de couro, uma tira fina e negra que se ligava a coleira que Percy usava, uma igualmente de couro preto e pesada, agarrado ao redor do pescoço de Percy exatamente como mãos fariam, o prendendo feito um cachorro em uma focinheira. 

Assim, ambos nos levantamos, eu da almofada super macia, e Percy, do sofá de couro. Porém, quando eu fiquei em pé, não estava preparado para ver o que aconteceu. Percy, aquele que deveria ser o submisso suave e vulnerável, se levantou junto, tendo facilmente mais de dez centímetros a mais que eu. O engraçado é que eu não me sentia menor do que ele, e se duvidasse, Percy poderia ser o menor de todos se dependesse da atitude dele. Ele se curvava um pouco, tinha as mãos atrás das costas e mantinha a cabeça abaixada, olhando para a frente como se quisesse se esconder, mesmo que até se curvando fosse facilmente a pessoa mais alta na sala.

— Obrigado, eu acho.

Tentei sorrir e puxei levemente a correia de Percy. Ele foi, é claro, sempre um passo atrás de mim, mas perto o suficiente, quase enfiando o rosto no meu pescoço e se curvando sobre mim. Eu não sabia porque, mas tinha a impressão que não era necessária toda essa aproximação. Suspirei e olhei para trás, pegando Percy me olhando fixamente. 

Eu parei no meio do caminho e continuei o encarando até que ele se deu conta do que fazia e abaixou a cabeça, parecendo encabulado.

— Me desculpe, Mestre.

— Sei. 

Olhei mais alguns segundos para ele e me virei, continuando nosso caminho. Se eu quisesse sair dessa sem ter que cumprir alguma pena ou me tornar um submisso, eu teria que fazer isso dar certo. Tudo culpa dessas leis ridículas que diziam que, ou eu era um dom, ou eu era sub, e que se até meus vinte e um anos eu não decidisse por conta própria, o governo decidiria por mim. 

Isso que dá não ter interesse por sexo, agora eu teria que recuperar todo o tempo perdido. Se eu cumprisse no mínimo um ano de “serviços prestados”, estaria livre para viver como bem entendesse, como lutei até não poder mais, teria que viver monitorado e sempre vigiado até que tudo isso acabasse.

Parte II

Eu não sabia muito bem o que fazer, então peguei minhas coisas no prédio da administração e segui o guarda que nos guiou até a casa de número 43. O guarda bateu continência e se afastou, andando apressado para longe da gente. Estranho. Olhei para a porta, e me lembrei da chave que tinha sido entregue a mim. Eu a peguei do bolso e a coloquei na fechadura eletrônica. Na verdade, era um cartão. Tudo o que eu precisava fazer era encostar o cartão e dar minha digital, e voilá! Um apito baixo soou, a porta destrancou e se abriu automaticamente para nós.

Eu ainda não podia acreditar, tudo era tão estranho e tão arrumadinho… coloquei a cabeça para dentro da casa e já quis sair dali. Essa não era minha casa, não era meu lar--

— Senhor?

Eu? Eu era o senhor?

Olhei para Percy e vi que o homem gigante ainda esperava comigo do lado de fora da casa, a dois passos de distância de mim. 

Pelo menos ele aprendia rápido.

— Porque você não entrou? — Tive a necessidade de perguntar.

— Porque… o senhor não entrou também.

O quê? Significava que eu tinha que entrar primeiro? Isso fazia eu me lembrar de Maria e Hades… lembranças que era melhor ficar no passado.

— Entre, Percy. — Eu disse ao invés.

E somente quando eu disse isso foi que Percy suspirou aliviado e entrou, carregando minhas malas com ele.

Estranho.

Entrei na casa junto a ele e caminhei até a sala de estar, o fazendo parar comigo. Percy continuou olhando para mim, ainda segurando as malas e esperando por alguma coisa, e só então percebi que eu ainda segurava a guia dele, que na verdade eu a segurava com força, o forçando a permanecer perto.

— Será que você poderia colocar minhas coisas no quarto? — Soltei sua guia e a vi cair da minha mão, ela parecendo se mover em câmera lenta até bater no peito nu Percy e a ponta repousar em seu abdômen, contrastando lindamente com sua pele bronzeada, sem nem uma marquinha em todo seu corpo esculpido. 

Meu olhar ficou ali por um momento, observando a perfeição que ele era quando ouvi um pigarro.

— Isso é uma ordem ou pergunta? — escutei Percy dizer.

Olhei para Percy, sentindo um sorriso querer aparecer pela primeira vez desde que cheguei aqui, mas Percy não parecia nada bem. Ele tinha empalidecido e olhava para o chão, tentando se encolher.

— Me desculpe, senhor.

— Nada disso. E não me chame de senhor.

— Do que devo chamá-lo?

— Nico ou Niccolas. O que você quiser.

— Eu não devo. Não é apropriado.

Pensei sobre isso e comecei a andar pelo cômodo, me forçando a me acostumar com a ideia de morar ali e de ter um submisso novamente.

— Que tal você me chamar de Nico quando somos só nós dois? E me chamar do apropriado quando estivermos em público?

— Sim, senhor. — Quando fiz uma careta, Percy concluiu. — Sim, Nico.

Então, Percy se virou, andou para fora da sala e quando voltou a aparecer, ele tinha um objeto na mão e um pote na outra.

— Sen-- Nico, eu… eu trouxe isso.

Percy colocou as coisas em cima da mesa de centro e eu me aproximei, analisando os objetos. 

Aquilo era…? Não! Mas era! Um cinto de castidade, a gaiola que Roberta tinha citado. Quando as garotas mencionaram isso pensei que fosse brincadeira, não seria a primeira vez que elas fariam isso comigo. Mas ali estava, um objeto de ferro maciço de cor clara e prata, parecendo bem pesada.

Eu me aproximei de Percy e toquei em seu ombro, tentando confortá-lo.

— Você não precisa fazer isso. Não vou contar a elas. — Eu disse no tom mais manso que pude. 

— Eu… eu quero. O senhor poderia…

Pisquei, tentando ter certeza se o que eu via era real e, sim, Percy abriu bem as pernas, ofereceu o objeto a mim e abaixou a cabeça, obediente e submisso, praticamente implorando. Eu ainda me lembrava o que elas tinham dito, Percy pediria o que ele precisasse e cabia a mim conceder seus desejos.

— É o que você quer?

Percy acenou que sim, mas eu ainda não sabia como fazer isso. Nem sabia se queria.

— Eu devo…?

— Sim.

— Como vai caber?

Porque, de fato, a gaiola era bemmm pequena, no máximo dois a três centímetros de espaço. Eu não sei como isso era possível. Ou confortável.

— Você quer me mostrar? — E quando Percy fez uma careta, eu completei: — Só dessa vez.

Vocês veem, o negócio era complicado. Percy ainda estava meio ereto e tudo aquilo com toda a certeza não caberia em um lugar tão estreito. Tipo, era muito grande, mais do que meu, isso eu podia afirmar. 

Observei Percy sentar no sofá, abrir bem as pernas e encaixar a primeira parte do objeto em seus testículos. Ele as prendeu direitinho, pegou a segunda parte do ferro, encaixou sobre a cabeça do membro e a empurrou para baixo. Eu só podia sofrer em silêncio vendo Percy se remexer desconfortável, tentando fazer algo tão grande caber em algo tão pequeno.

— Nico, você poderia pegar para mim?

Percy indicou o pote e quando me aproximei vi que era gelo. Muito gelo, alguns já derretidos e outros bem inteiros. Levei o pote até Percy, já temendo pelo pior, quando ouvi:

— Você pode passar em mim?

Sim, ele não disse “passar para mim” e sim “passar em mim”. 

Deuses, eu iria direto para o inferno. Mas tentando ser um bom dom, me agachei entre suas pernas abertas e peguei um pedaço de gelo. Eu o levei até a base do membro de Percy e comecei a deslizar o gelo suavemente por ali.

— Assim?

— Mais… ah!... mais forte… por favor? — Percy gemeu, implorando, arfando rápido.

Eu fiz, peguei mais gelo e pressionei com mais força, subindo até onde a gaiola não alcançava quando ouvi um gemidinho ardido. A gaiola entrou e foi até o fim, o membro de Percy amolecendo, agora confinado dentro daqueles míseros três centímetros. Era de fato um encaixe mais do que apertado.

— Você está bem, querido? — eu não pude me conter, acariciando as pernas dele, tentando o acalmar.

— Sim. — Percy respondeu baixinho, suas maçãs do rosto coradas. — Eu preciso colocar o cadeado na tranca.

Olhei em volta e vi que de fato havia um cadeado minúsculo em cima da mesa junto a uma chave. Me estiquei e o peguei, voltando para perto de Percy, encaixando o cadeado na tranca e o prendendo.

— Assim? — Voltei a perguntar.

— Sim. Sim. — Percy repetiu sem ar, jogado contra o sofá, ainda todo exposto, parecendo não se importar que eu continuasse o olhando.

— E a chave?

— Quero que fique com o senhor.

— Do que você precisa? Você sabe que sou novo nisso, não sabe? Você tem que me dizer, não importa o que seja.

Mas enquanto eu dizia isso, minhas mãos foram em direção a cinta de Percy. Eu me sentia em um parque de diversão, querendo experimentar todos os brinquedos de uma só vez. E definitivamente, começava a entender o que as garotas diziam com “ter seus próprios brinquedos”. Eu não lembrava ser tão divertido ter um submisso.

Deslizei minhas mãos pelas pernas de Percy vendo seu suave arfar e seus músculos tremerem, e toquei naquelas bolas ainda inchadas, parecendo muito necessitadas. Eu as massageie cuidadosamente e ouvi um gemidinho agudo vindo de Percy.

— Doí muito?

— Hmmhm. — Percy negou com a cabeça, mesmo que a expressão dele ficasse entre o meio-termo entre prazer e dor, mesmo que ele tentasse esconder o rosto.

— Percy, você quer que eu pare? Com palavras, por favor.

— Não, ah! Não, senhor.

O engraçado era que eu não conseguia entender como alguém daquela estatura e força poderia gostar de algo assim, tão… constritivo, ou eu deveria falar, libertador? Porque enquanto eu continuava minha exploração por suas bolas, brincando com elas e as movendo, Percy abriu mais as pernas e jogou a cabeça para trás como se estivesse gozando; eu apertei mais um pouco e um líquido começou a sair da cabeça avermelhada, através do metal.

Percy estava gozando? E como isso era possível? Não, esse deveria ser o único jeito de demonstrar estar excitado e como não havia como ter uma ereção, seus fluidos apenas… se manifestavam, certo? 

Eu definitivamente não lembrava de ter feito isso com meu antigo submisso.

— Tudo bem? — Perguntei quando Percy moveu a cintura, gemendo baixinho.

— Sim, senhor.

Só para testar, cansei de ficar agachado e me ajoelhei entre suas pernas. Olhei para os olhos quase fechados de Percy e abri a boca, levando minha cabeça para o meio de suas pernas. Segurei nas pernas dele e lambi a pontinha, devagar e gostoso, sem me preocupar com nada além de seus gemidos. Devo dizer que não era muito, porém era o suficiente para sentir o gosto de Percy e fazê-lo gritar. Decidi que era o suficiente quando Percy curvou a coluna e agarrou os próprios cabelos, arfando. Não que eu não estivesse me divertindo, mas estava ficando tarde e eu era responsável o bastante para entender quando eu via alguém chegar ao seu limite. Ou vai ver, era eu quem estava chegando no meu limite.

Eu me levantei, observando Percy todo estatelado contra o sofá, mas só me movi quando vi que ele respirava normalmente. Acariciei os cabelos de Percy, já que isso parecia acalmá-lo e peguei o pote com gelo que agora só tinha água derretida. Saí do cômodo e comecei a andar pela casa. Vi um banheiro, alguns quartos vazios até que no fim do corredor encontrei a cozinha. Despejei a água na pia, peguei um copo de água e voltei por onde tinha vindo.

Quando entrei na sala novamente, Percy ainda estava lá. Ele tinha os olhos fechados, as pernas em cima do sofá, enquanto ele as agarrava, a ansiedade nos movimentos de Percy bem óbvia. Eu não vi outra escolha, coloquei o copo na mesa de centro, me sentei junto a Percy no sofá e toquei em seus ombros, fazendo Percy pular, assustado.

— Está tudo bem. O que aconteceu?

— Nico?

— É claro.

— Oh. — Percy disse, parecendo mais surpreso ainda, tirando o rosto das pernas e me olhando de perto, seu rosto se iluminando ao me ver.

— Você pensou que eu tinha ido embora? Para onde eu iria?

— Me devolver. Não seria a primeira vez.

O-ou… alguma coisa estava muito errada ali. Quem devolveria Percy? Ele era tão bonito e forte e gostoso… pessoas preconceituosas, era isso o que elas eram.

— Está tudo bem. Vamos para o quarto, sim? Me mostra o caminho?

Percy acenou e se levantou. Com as pernas ainda bambas, Percy se apoiou em mim e ambos subimos para o andar superior da casa.  

***

— Como você se sente? Dói muito? — Eu achava que já tinha perguntado pela décima vez.

Eu não conseguia evitar. Sabia que Percy estava bem, agora com uma roupa quente e cobertas até o pescoço, mas ainda sim, eu não pude evitar. Devia ser a culpa de ter o tratado daquela forma, como um… como um objeto. Pronto, falei. Eu só gostaria que Percy falasse algo mais do que “sim, senhor” e “mais”, como agora, por exemplo.

— Palavras, por favor.

Percy se acomodou melhor na cama, no lado em que se deitava, e se virou para mim, seu olhar quase se fechando, contente. Ele puxou as cobertas mais para cima e continuou me olhando sem dizer uma palavra.

— Percy.

— Sim, Nico.

Viu? “Sim”. Era tudo o que ele me falava. 

Com seus olhos piscando devagar e mãos debaixo dos cobertores, Percy apenas se deixou ser ninado na tranquilidade, enquanto me encarava.

— Você não vai falar comigo?

Quando Percy não disse nada, suspirei. Desisti de tentar e me virei para tirar meus sapatos e roupas sujas.

— Ouvir sua voz faz eu me sentir melhor. Seguro. 

Senti mãos no meio das minhas costas e me virei para ver o acontecia. Era Percy, é claro, me abraçando por trás.

— Eu já disse que não vou a lugar nenhum.

— Então…

— Preciso tirar a roupa.

Percy me soltou como se estivesse sendo queimado e eu senti sua falta imediatamente.

— Eu não me importo. Você pode me tocar. Eu só preciso…

Me levantei antes que acontecesse outro acidente. Tirei toda roupa, me enfiei debaixo das cobertas e abri os braços:

— Você se importa? Gosto de dormir assim.

Percy negou com a cabeça e praticamente se jogou em meus braços, rodeando minha cintura com seus longos e musculosos braços e encostou sua cabeça sobre meu ombro, entre o vão do meu pescoço.

— Obrigado, Nico.

— O prazer é todo meu. — Falei, relaxando contra o batente da cama.

Parte III

Aquele dia tinha sido, de fato, muito longo. Primeiro, cheguei atrasado no trabalho, depois, dois oficiais do Gabinete de Assuntos Humanos apareceram. Eles até foram preparados com algemas e tudo, caso eu decidisse resistir. O mais chocante foi quando eles me falaram para eu dizer meu endereço e que eu precisava fazer as malas. 

“Leve tudo o que você puder” — Um deles falou.

“Seu chefe já sabe que você se ausentará por uma semana.” — O outro completou.

Foi tudo o que me disseram até chegarmos às instalações governamentais que gerenciavam os casais mais novos e problemáticos. No passado, a desculpa que tinham dado é que devido à internet as pessoas tinham parado de socializar e essa era uma medida necessária para aqueles que tivessem problemas em achar um par. É verdade que a taxa de natalidade e casamentos duradouros tinha crescido e tudo, e a taxa de mortes e agressividade, tanto em homens quanto em mulheres, baixado, mas, no fundo, todos sabiam que essa era apenas mais uma forma de controlar e ter certeza que todos fariam sua parte para a continuação da propagação da espécie.

Assim que desci do carro, um letreiro bem grande em letras garrafais podia ser visto: “Instituto de Assuntos Humanos”. Estava mais para bordel, um bem esterilizado e chique, mas era o que era.

Logo na porta, duas mulheres me receberam com sorrisos e gestos apressados, pedindo que eu as seguisse. Pela primeira vez na vida, fiz o que me pediam, na esperança que se eu obedecesse tudo aquilo terminaria o mais rápido possível.

Passamos pela administração do lugar e depois elas me levaram por um corretor tão longo que pensei que ele nunca teria fim. 

Elas pararam em frente a uma porta e se viraram para mim.

— Sinto muito pela pressa. No momento, estamos com muitos internos e temos que dar um jeito nisso rapidíssimo. Vamos explicar tudo depois, agora, precisamos que você escolha alguém, a pessoa que mais te chamar atenção, ok? Não se preocupe se não der certo, temos tempo para trocar se for necessário.

— Trocar o quê? — Foi tudo o que consegui dizer antes de uma delas me arrastar para dentro da sala, enquanto que a outra ficou do lado de fora, esperando.

Entrei na sala e vi que lá dentro havia cinco pessoas. Três mulheres e dois homens, todos pelados, sentados em cadeiras confortáveis enquanto alguns falavam entre si.

— Senhoras e senhores, temos um visitante.

Assim que ouviram o que a mulher disse, eles se levantaram e se ergueram com suas colunas eretas, peito estufado e mãos atrás das costas, mantendo os pés afastados.

— Muito bem. — A mulher disse, batendo palmas. — O que você está esperando, inspecione seus submissos.

— Eu? — Eu disse, apontando para minha pessoa.

— Você espera que eu escolha por você? — Ela deu uma risadinha e começou a andar pela sala. — Que tal Katt, aqui? Ela pode realizar suas fantasias mais loucas.

Cruzei os braços e virei a cabeça para a parede, me negando a participar disso.

— Não? Então, um dos rapazes. Luke é uma boa escolha. Você nunca se sentirá entediado com ele.

Eu me virei em direção a ela para dizer que aquilo era ridículo quando vi a quem ela se referia, o homem era tão alto quanto eu e seus olhos faiscavam, o que significava que a mulher estava certa em suas previsões.

— Eu não quero ninguém. Porque você não me manda para casa e resolve tudo isso com outra pessoa, sim?

— Infelizmente, isso não é possível. Ou você escolhe um deles e acata nossas ordens, ou algo pior pode acontecer. Você não quer que isso aconteça, quer?

— Eu preciso mesmo?

— Sim, eu sinto que sim.

— Tá bom. Então… — Eu me virei para as opções disponíveis e analisei cada uma delas. Eu não chegaria perto de uma mulher mesmo que me pagassem, aquilo simplesmente não era minha praia, e o que restou foram os dois homens; um era o tal de Luke, que sorria para mim, prometendo noites de intenso prazer. Então, me virei para o outro homem, que praticamente se escondia no lado mais distante da sala, parecendo querer sumir dali.

Andei pela fileira de pessoas e parei em frente a ele. O homem olhava para baixo e tinha uma expressão tão triste que senti o impulso de abraçá-lo. E quando digo homem, é exatamente isso. Enquanto que as outras pessoas na sala não deviam passar de vinte ou vinte e dois anos, esse deveria ter no mínimo uns trinta. Eu sentia que não deveria ser tão impulsivo, entretanto quando menos vi, segurei no queixo dele, tentando fazê-lo me encarar. Ali, descobri os olhos verde-azulados mais bonitos e profundos que eu já tinha encontrado.

— Eu quero ele. — Eu disse, sem pensar. O homem apenas piscou, lento, e franziu as sobrancelhas, sem dar uma palavra ou lutar contra meu agarre.

— Muito bom, uma ótima escolha. Percy irá se encaixar a você perfeitamente. — A mulher, então, se voltou à sala e anunciou: — Vocês estão liberados. Desculpe, gente.

As pessoas murmuraram chateadas, mas obedeceram. Elas saíram uma a uma até que só restou ela, Percy e eu. O resto, vocês já sabem, “aprendi” o básico sobre sexo, conceptivos e outras coisas a mais. E de fato, nunca pensei que ser responsável por alguém pudesse ser tão… interessante. Não era um fardo, como pensei que seria, e não era cansativo e irritante, como pensei que me sentiria; era como abrir os olhos para um mundo novo, um mundo que eu pensei que tinha esquecido as regras, mas que estava disposto a redescobrir.

— O que você quer saber? — Ouvi Percy falando baixinho, contra a pele de meu pescoço, quando eu pensava que Percy já tinha caído no sono.

— Hmm… quero saber tudo.

— Isso não é uma pergunta.

— Então, tudo bem, espertinho. Sua cor favorita?

— Cor favorita? — Percy questionou, sua voz tomando um tom alegre.

— Sim, qual o problema?

— Azul. — Ele disse, suspirando. — Todos os tons de azul.

— Só azul?

— Só azul.

— Comida favorita?

— Eu não tenho uma.

— Vamos, me diga alguma coisa.

— Eu… quando eu era pequeno, no meu aniversário… minha mãe costumava fazer tudo azul. Docinhos, torta, bolo. Até o refrigerante era azul.

— Então sua comida favorita é azul? — Eu queria rir do absurdo disso. Mas era fofo e doce, igual a Percy.

— Banda favorita?

— Eu não sei, gosto de várias. Eu só… coleciono música.

— Quem você mais admira?

— Minha mãe. — Dessa vez, Percy não hesitou em admitir. — Ela era a pessoa mais forte do mundo. Quando meu pai desapareceu, ela fez o melhor que pôde.

— Foi difícil?

— Hmmhm. — Percy murmurou, se aconchegando melhor a ele. — Durante um tempo foi, fiz o que pude para ajudar ela.

— O que aconteceu?

— Ela morreu antes que eu pudesse dar o que ela devia ter tido.

— E agora?

— Agora? Tenho meu próprio negócio, sou CEO de uma empresa que presta serviços de investimentos. A J&C associação e administração.

E eu ainda tentando sair da faculdade! 

Acariciei os cabelos de Percy e beijei seu rosto.

— Isso é muito bom. Ela deve estar orgulhosa, não importa onde ela esteja.

— Eu só gostaria que ela estivesse aqui.

— Eu também. — Respondi quando Percy se calou, me fazendo lembrar da minha mãe, que ainda estava bem viva. Eu gostaria de dizer que minha história era tão traumática quanto a de Percy, mas isso seria uma grande mentira. Decidi também me calar e continuar brincando com os cabelos de Percy até que o sono chegasse a nós dois.

***

— Você pode me passar a farinha? — Ouvi Percy falar em seu tom de voz baixo e rouco.

Estávamos na cozinha, assando biscoitos de chocolate, enquanto que a comida nos esperava espalhada pela mesa. Percy mexia a mistura e eu observava seus movimentos firmes e decididos, vez ou outra, jogando algum ingrediente na massa. Eu sentado e ele de pé, praticamente me ignorando, e ainda assim, eu não sabia o que era mais doce — os biscoitos, aromáticos e adocicados, ou ele, parecendo tão competente e bonito com seu avental azul-escuro. 

“Lindo”, foi o que eu quis dizer a Percy quando o encontrei na cozinha naquela manhã. 

Por um momento ao acordar, abri os olhos e não reconheci onde estava. Olhei para os lados, em busca do meu relógio de cabeceira, apenas encontrando meu celular, descarregado. Investiguei o resto do quarto e me lembrei, eu não estava em casa, estava em uma instituição do governo cumprindo um tipo de pena não-punitiva. Entretanto, o que realmente me fez sair da cama foi o cheiro de comida. De café e algo doce, algo que me fazia lembrar de dias melhores, da infância, de minhas irmãs e da nossa casa na Itália.

Quando desci as escadas, fui presenteado com a melhor das visões. Percy estava sem camisa e descalço, em frente ao fogão, mexendo algo em uma frigideira gigante, enquanto cantarolava. Percy provou a comida com uma colher pequena e desligou o fogo, logo em seguida se virou para a bancada, já misturando algo em uma grande travessa transparente.

— Hmm… que cheiro bom. — Cheguei por trás dele e coloquei minhas mãos em sua cintura, encostando minha cabeça sob seu pescoço, dando um beijinho ali. Bem, talvez mais de um.

Percy gemeu, ficando tenso, e parou o que fazia até que eu o soltei e dei a volta na bancada, parando em frente a ele.

Ali estava, aquele adorável tom avermelhado em seu rosto, seus olhos fixados na travessa.

— Você quer biscoitos? Eles não devem demorar.

— Não quis invadir seu espaço.

— Você não invadiu.

— Então, porque você não me olha nos olhos?

Percy parou de mexer a massa e levantou a cabeça, me encarando, parecendo encabulado.

— Não estou acostumado com isso.

— Com o quê? — Eu quis saber.

— Isso, alguém se aproximando de mim por vontade própria. Esse… afeto sem pretensões.

Como eu deveria entender isso? Que Percy não deixava outras pessoas se aproximarem ou era as outras pessoas que não se aproximavam?

— O que isso quer dizer? 

— Quando as pessoas olham para mim… — Percy disse, voltando sua atenção para os biscoitos. — … elas esperam que eu aja de certa forma.

— Como?

Percy dá de ombros e derrama um pouco de leite na mistura.

— Como eles esperam que você aja, Percy?

— Bem… sou alto e musculoso, eu sei. Elas esperam que eu vá querer transar com elas, quando, na verdade, quero que elas transem comigo.

Hmmm… isso não seria um problema comigo. Mas não foi o que eu disse.

— Sinto muito.

— Está tudo bem. — Percy deu de ombros mais uma vez. — Entendo porque eles pensam assim.

Porém, Percy tinha um olhar tão triste… sua coluna também estava curvada, como se ele tentasse se proteger, o que me dizia que isso tinha acontecido mais vezes do que Percy deixava transparecer.

— Acho que a gente devia conversar. — falei, mudando de assunto.

— Conversar?

— Sim.

Percy pareceu murchar ainda mais. De qualquer forma, ele acenou, botou a massa dos biscoitos em uma assadeira, a colocou no forno, e me seguiu para fora da cozinha.

***

— Se sente, Percy. Eu não mordo. — Ri da minha própria piadinha, ainda que Percy se arrastasse atrás de mim, desanimado.

Observei Percy se sentar em um sofá à minha frente, há quase dez metros de mim, e suspirei. Eu não entendia o motivo para tanto drama. Por isso, me levantei, dei a volta na sala de estar e me sentei do lado dele, segurando em suas mãos que tremiam.

— Relaxe, ninguém vai embora aqui. Quero falar sobre limites.

— Limites? — Percy exclamou surpreso, como se a noção de tal palavra nunca tivesse passado por sua mente.

— Sim, limites. O que é permitido e o que não é. Seus gostos e como você quer ser tratado. Como você não quer ser tratado.

— Como eu quero ser tratado? — Vi Percy cruzar os braços em frente ao peito e se inclinar para trás, como se a pergunta o ofendesse.

— Sim. — Eu disse. — Você conhece a concepção de consensualidade?

— Quem não conhece? O que isso tem a ver com a gente?

Eu quase sorri. Era bom saber que Percy poderia fazer mais do que somente obedecer ordens. Porque, eu tinha que admitir, não sei se conseguiria viver com alguém que não seria capaz de ter o mínimo de auto-estima ou entender a diferença entre o certo e o errado.

— Quero que você me diga o que você gosta.

— Você não deveria saber dessas c-- Percy parou no meio da frase, arregalando seus olhos. — Eu… eu não quis dizer isso.

— Sim, você quis. — Sorri para ele, sentindo a culpa sair de meus ombros a cada palavra. — Como você gosta? Desse jeito?

Segurei em suas mãos e as acariciei devagar, vendo a reação dele. Um pequeno arfar saiu de seus lábios.

— Ou desse jeito? — Me aproximei e o peguei pelo pescoço, segurando na coleira dele. Puxei seus cabelos para trás e o beijei, o fazendo se curvar todo em minha direção.

Quando o soltei, Percy deixou escapar um gemidinho tão gostoso, arfando tão docemente, que não resisti e o beijei novamente, mordendo seu lábio inferior e enfiando minha língua em sua boca até que ele se derretesse completamente.

— Você gosta mesmo de dor?

Percy não respondeu e eu puxei seus cabelos novamente, arrancando um gemido entrecortado dele: — Si-im!

— Humilhação? Ser dominado?

— Sim! 

Dessa vez, nem precisei arrancar a resposta dele. Percy respirava tão rápido e esfregava as coxas uma na outra tão impaciente, que era difícil não entender.

— Ativo ou passivo?

— Passivo? Ativo? Os dois? — Percy disse, arfando e confuso, se segurando em meus ombros, seus olhos bem abertos, me encarando de frente pela primeira vez, mesmo que não houvesse nenhuma intenção de enfrentamento. 

— Você terá que ser paciente comigo. 

— Paciente? — Ele entortou a cabeça para o lado, tentando entender.

— Sou virgem. 

Bem, era quase isso.

Não era verdade, mas eu queria ver a reação no rosto dele. Bem que… fazia tanto tempo que eu me sentia como se fosse um. E Percy não me decepcionou, a expressão de surpresa veio primeiro, depois a de curiosidade. Percy olhou para baixo, na direção da minha cintura, e mordeu os lábios, parecendo muito interessado.

— Você vai me ensinar, Percy? Como você gosta de ser tocado? Como você quer me tocar?

Percy apenas acenou, parecendo incerto.

— Vamos aprender juntos, tudo bem? Não quero que você se sinta desconfortável.

Isso pareceu tranquilizar Percy. Eu o beijei mais uma vez nos lábios e o soltei devagar.

— Porque você não termina os biscoitos enquanto comemos? Roberta nos espera.

Percy acenou animado e se levantou, mas antes de se afastar, plantou um beijo molhado em meu rosto e fugiu para a cozinha. Fui atrás, seguindo em sua sombra, e me sentei no mesmo lugar de antes. Ele nos serviu e depois de alguns minutos, os biscoitos estavam prontos. Com nós dois, já vestidos, e preparados para mais uma sessão com Roberta e Carla, segurei na mão de Percy e sorri para ele. Eu apenas precisava me lembrar de pedir algumas dicas a elas e se possível, ler o perfil de Percy. Eu sabia que elas teriam todas as informações que iriamos precisar se eu quisesse que isso desse certo.

Então, o que vocês acharam? Eu estava pensando em transformar essa em original também, mas... apesar do tema, ela me passa uma sensação de imaturidade tão grande! E também me parece um pouco apressada. Apesar dessas coisas, e além de me dar um pouco de vergonha por causa da fetichização, eu gosto dela. É diferente do que eu escreveria hoje em dia. Foi escrita em 2020! Cada vez me sinto mais velha. Como sempre, está incompleta, mas tem por volta 80 mil palavras. Talvez eu termine ela em algum ponto. Por enquanto, vou colocá-la. Ela também está no AO3 e no SpiritFanfic.

Agora, eu gostaria de saber quem tem interesse continuar lendo essa história.


Tags
Loading...
End of content
No more pages to load
  • splosh-crime
    splosh-crime liked this · 1 month ago
  • hyakintoast
    hyakintoast liked this · 2 months ago
  • statementofjoespookyregarding
    statementofjoespookyregarding liked this · 2 months ago
  • lolxbxbshsbzhs
    lolxbxbshsbzhs liked this · 2 months ago
  • slytgulrz1
    slytgulrz1 liked this · 2 months ago
  • kamariii2real
    kamariii2real liked this · 2 months ago
  • ajandhcreator
    ajandhcreator liked this · 3 months ago
  • fandoms10v3r
    fandoms10v3r liked this · 3 months ago
  • nuttydinosaurfestival
    nuttydinosaurfestival liked this · 3 months ago
  • ariana-22
    ariana-22 liked this · 3 months ago
  • tmntlover9351
    tmntlover9351 liked this · 4 months ago
  • catastrophic29
    catastrophic29 liked this · 4 months ago
  • lineaup
    lineaup liked this · 4 months ago
  • 1zzye
    1zzye liked this · 4 months ago
  • internet-being
    internet-being liked this · 4 months ago
  • yooololloser
    yooololloser liked this · 5 months ago
  • lizzy13734-blog
    lizzy13734-blog liked this · 5 months ago
  • halloweenisbetterthanchristmas7
    halloweenisbetterthanchristmas7 liked this · 5 months ago
  • roseh136
    roseh136 liked this · 5 months ago
  • phosphorus-12
    phosphorus-12 liked this · 5 months ago
  • tittenhamon
    tittenhamon liked this · 5 months ago
  • that-slytherin-libra-girl
    that-slytherin-libra-girl liked this · 6 months ago
  • iexela-whsprrz
    iexela-whsprrz liked this · 6 months ago
  • treegirl-love
    treegirl-love liked this · 6 months ago
  • nicolehigurashi
    nicolehigurashi liked this · 6 months ago
  • welcometospagettiville
    welcometospagettiville liked this · 7 months ago
  • andra-24
    andra-24 liked this · 7 months ago
  • astrovi
    astrovi liked this · 7 months ago
  • casualwithyou
    casualwithyou liked this · 7 months ago
  • anotherpjofan
    anotherpjofan liked this · 7 months ago
  • that-bi-witch
    that-bi-witch liked this · 7 months ago
  • soupgodx
    soupgodx liked this · 7 months ago
  • timeless-orchid
    timeless-orchid liked this · 7 months ago
  • loafspoon
    loafspoon liked this · 7 months ago
  • pommesgaming
    pommesgaming liked this · 7 months ago
  • schneakyverene
    schneakyverene liked this · 7 months ago
  • lgbtqforeverything
    lgbtqforeverything liked this · 7 months ago
  • to0-many-fandoms
    to0-many-fandoms liked this · 7 months ago
  • wolfae34
    wolfae34 liked this · 7 months ago
  • skywalking-through-life
    skywalking-through-life liked this · 7 months ago
  • queenmorganlafay
    queenmorganlafay liked this · 7 months ago
  • rowanbrekker
    rowanbrekker liked this · 7 months ago
  • berrybore
    berrybore liked this · 7 months ago
  • randomfandomnomad
    randomfandomnomad liked this · 7 months ago
  • mmavverickk
    mmavverickk reblogged this · 7 months ago
  • thelogicfiend
    thelogicfiend liked this · 7 months ago
  • cats-dragons09
    cats-dragons09 liked this · 7 months ago
auroraescritora - Aurora Escritora
Aurora Escritora

Sejam bem-vindos! Olá, esse é meu blog pessoal. Escrevo fanfics Pernico/Nicercy e orginais, e reblogo alguns posts de vez em quando. História Atual Não há lugar como o Lar - versão em Portugues There's no Place like home - English version Resumo: Nico está voltando da Itália depois de passar dois anos por lá e encontra Percy, o melhor amigo que ele deixou para trás, mas que manteve contato nesse tempo afastado. O resto se desenvolve a partir desse reencontro. Se você quiser saber o que eu escrevo, siga a tag #my writing

464 posts

Explore Tumblr Blog
Search Through Tumblr Tags